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Trabalhadores dos Correios de São Paulo aderem à greve

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Proposta da estatal foi rejeitada em assembleia; trabalhadores cobram 8% de reajuste, com pagamentos retroativos a agosto, mês da data-base. A ECT oferece 3%, mas para pagamentos a partir de janeiro de 2018
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Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil

São Paulo - Em assembleia realizada na noite de terça-feira 26, os trabalhadores dos Correios da capital paulista não concordaram com a proposta da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) e aderiram à paralisação da categoria, que ocorre em 23 estados do país. Greves também foram decretadas no Rio de Janeiro e Maranhão.

Em campanha salarial, os trabalhadores cobram 8% de reajuste, com pagamentos retroativos a agosto, mês da data-base. A ECT oferece 3%, mas para pagamentos a partir de janeiro de 2018.

Moisés Gonçalves da Silva, dirigente sindical da Fentect no estado de São Paulo, comemora a resposta da categoria na assembleia ao decidir pelo fortalecimento da luta nacionalmente e não aceitar retrocessos dos direitos. “É importante a entrada dos trabalhadores de SP e do RJ na greve, que têm os maiores sindicatos. A mobilização nacional garante que a empresa recue e não ataque os direitos dos trabalhadores nos acordos coletivos de 2016 e 2017, e para que tenhamos avanços no próximo.”

Em São Paulo, a categoria é representada por um sindicato que é ligado à Findect. No entanto, tanto esta federação, não regularizada oficialmente no Ministério do Trabalho, quanto a estatal seguiram na construção de uma proposta que foi deslegitimada e rejeitada pelos trabalhadores. A federação da categoria reconhecida pelo Ministério do Trabalho é outra: a Fentect, ligada à CUT. Esta puxa há nove dias uma paralisação pelo Brasil para pressionar o acordo coletivo deste ano, que está atrasada porque os Correios, sob a gestão do governo de Michel Temer (PMDB), apresentou somente exclusões de cláusulas importantes para os trabalhadores. Também prorrogou discussões das cláusulas Econômicas e de Benefícios.

Silva diz que os sindicatos ligados à outra federação tentaram convencer os trabalhadores de que era preciso aceitar os 3%. “Infelizmente esses sindicatos de São Paulo e do Rio de Janeiro estão numa política de enganação aos trabalhadores, pois dialogam nos bastidores com a direção da ECT desfavorecendo a categoria no que diz respeito a um acordo coletivo que contemple os trabalhadores.”

Direito de greve - Pelo Brasil, a categoria promete não recuar até que um acordo seja aprovado. A ECT, no entanto, tem ameaçado os funcionários, por meio de notas publicadas no jornal que é distribuído no interior da empresa, dando a entender que haverá desconto pelos dias parados.

A Fentect reforça que todos os recursos jurídicos possíveis estão sendo providenciados pela assessoria da entidade, inclusive para reverter a liminar do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que determina que 80% dos funcionários estejam trabalhando.

Pelo estado de São Paulo, as bases de Campinas, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Vale do Paraíba e Santos já haviam aderido à greve, pois os sindicatos desses locais são filiados à Fentect/CUT.

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