O Índice Nacional de Preços aos Consumidor (INPC) de agosto ficou estável em relação a julho e fechou os últimos 12 meses (de setembro de 2017 a agosto de 2018) em 3,64%. Ou seja, o índice foi menor do que o que era projetado: 3,78%. Com isso, os bancários tiveram, desde 1º de setembro (data base da categoria) uma parcela maior de aumento real dentro dos 5% de reajuste nos salários e demais verbas, como PLR, VA e VR. Dos 1,18% de reajuste acima da inflação previstos inicialmente, os trabalhadores tiveram de fato 1,31%.
O aumento real previsto inicialmente (de 1,18%) já era maior que a média dos reajustes acima da inflação conquistados por outras categorias entre janeiro a julho. Segundo levantamento do Dieese, que levou em consideração 4.659 acordos fechados no período, 78,4% tiveram ganhos acima da inflação, e a média de aumento real foi de 0,97%. Com o INPC dos últimos doze meses, o reajuste acima da inflação conquistado pela categoria bancária ficou ainda mais distante da média: 0,34 ponto percentual.
“Com a inflação menor, o poder de compra dos trabalhadores aumenta”, diz a presidenta do Sindicato, Ivone Silva. "Mas é importante lembrar que a Campanha Nacional dos Bancários deste ano não foi vitoriosa apenas pelo reajuste de 5% conquistado. Foi vitoriosa também porque diante de um cenário extremamente desfavorável, com a reforma trabalhista do golpe que destruiu a CLT, nós conseguimos manter todos os direitos previstos na nossa CCT por dois anos”, acrescenta a dirigente, também coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, que representa a categoria na mesa de negociação com a Fenaban (federação dos bancos).
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O acordo de dois anos firmado com a Fenaban prevê ainda a reposição da inflação mais aumento real de 1% em 1º de setembro de 2019, para trabalhadores de bancos privados e públicos, em todos o país.