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Caixa: mudança no estatuto é golpe!

Linha fina
Proposta acaba com a exclusividade dos empregados assumirem diretorias, o que desvaloriza os concursados e enfraquece o banco público
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Foto: Maurício Morais / Arquivo / Seeb-SP

A mudança no estatuto da Caixa, proposta pelo governo e submetida ao Conselho de Administração do banco, configura um golpe. É o que avalia o dirigente do Sindicato dos Bancários de Sâo Paulo e coordenador da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa, Dionísio Reis.

“Qualquer alteração proposta por este governo ilegítimo nesse momento é um verdadeiro golpe. Na ultima vez, tentaram fazer uma reforma estatutária, inclusive transformando a Caixa em S.A, e nós conseguimos impedir. Agora querem permitir que os diretores venham do mercado, e não do corpo de empregados da Caixa. Quaisquer novas diretrizes devem ser determinadas por quem for eleito pelo povo”, avalia Dionísio.

> Em nota, Fenae repudia mudança do estatuto

A reunião que aprovou a alteração do estatuto foi realizada nesta segunda-feira 17, mas a medida, para vigorar, precisa ser aprovada em Assembleia Geral do banco, ainda sem data marcada, segundo informações do Valor Econômico. Segundo Dionísio, a presidenta do Conselho, Ana Paula Vescovi, indicação política do então ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, vem inclusive tencionando os demais membros a aceitarem as mudanças.

“A representante dos bancários, Rita Serrano, por outro lado, já marcou sua posição contra este retrocesso e contra possíveis mudanças no estatuto que afetem negativamente o banco público”, ressalta o dirigente.

O que muda

As mudanças no estatuto propostas permitiriam que diretorias da área de controle (Jurídica, Auditoria e Corregedoria) fossem ocupadas por não concursados do banco. A proposição gerou manifestações de repúdio de entidades como Fenae, Apcefs, Advocef e sindicatos de bancários.

Esta iniciativa já havia sido rechaçada pelos empregados e suas entidades representativas em 2017. Em maio deste ano, a imprensa ventilou o retorno da proposta, o que gerou ações populares contra conselheiros. Em agosto, o Conselho de Administração anunciou que os próximos vice-presidentes serão escolhidos em processo seletivo externo, conduzido por consultoria privada.

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