Parlamentares que votaram a favor de projetos de lei que retiraram os direitos da classe trabalhadora e da parcela mais pobre da população brasileira, como a reforma Trabalhista, que acabou com 100 itens da CLT, estão tentando a reeleição para voltar ao Congresso Nacional pedindo votos justamente para os trabalhadores e trabalhadoras que traíram. Para que a população brasileira lembre quem são esses parlamentares, a partir desta quinta-feira 20, o Portal CUT publicará uma série de textos com a lista de todos os congressitas por estado e região.
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Segundo o presidente da CUT, Vagner Freitas, esse é o momento dos trabalhadores se expressarem por meio do voto, dizendo claramente porque não querem esses deputados e senadores novamente em Brasília.
Para Vagner, é nas urnas que a classe trabalhadora pode dar um basta definitivo na política de retrocessos representada pelo governo ilegítimo e golpista de Michel Temer (MDB-SP) e sua base aliada na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, que aprovaram o fim da CLT e ainda querem aprovar o fim da aposentadoria.
“Desde as eleições de 2014, que elegeu a bancada mais conservadora desde a ditadura militar, a CUT vem ressaltando a importância de eleger candidatos que tenham compromisso com os direitos sociais e trabalhistas para impedir que as pautas das bancadas formadas por empresários e ruralistas, que defendem o direito do patrão, sejam aprovadas”.
A bancada de deputados de São Paulo que traiu a classe trabalhadora é formada por 70 deputados. Desses, 46 votaram a favor da reforma que aprovou a precarização do mercado de trabalho e legalizou contratos de trabalho que são piores do que os bicos. O contrato intermitente, por exemplo, tira direitos básicos dos trabalhadores, entre eles, o de ter um salário fixo definido. Dependendo de quantas horas e dias o patrão chamar para trabalhar, pode-se receber menos até do que um salário mínimo por mês.
Alguns desses deputados são bem conhecidos da população de São Paulo, como Alex Manente (PPS), Baleia Rossi (MDB), Bruna Furlan (PSDB), Carlos Sampaio (PSDB), Celso Russomanno (PRB), Eduardo Bolsonaro (PSL), Goulart (PSD), Mara Gabrilli (PSDB), Pr. Marco Feliciano (PODE), Ricardo Tripoli (PSDB) e Vanderlei Macris (PSDB), entre outros parlamentares que foram orientados por suas bancadas a votarem a favor da reforma Trabalhista, com destaque para os partidos PSDB, PMDB, PR, PSD, DEM, PRB, PV, PTB e PSL – confira a lista completa ao final.
A maioria dos parlamentares que votou a favor da reforma também é responsável por aprovar o congelamento dos investimentos públicos por 20 anos, especialmente nas áreas da saúde e educação, como é o caso de Baleia Rossi, Carlos Sampaio, Russomanno, Eduardo Bolsonaro, Goulart e os atuais candidatos pelo PSDB ao Senado, Mara Gabrilli e Ricardo Tripoli, que votaram contra os interesses da classe trabalhadora e agora querem um mandato de oito anos como senadores da República.
Se votou, não volta
Quando teve início o debate sobre as reformas trabalhista e da Previdência, a CUT lançou a campanha #QuemVotarNãoVolta para alertar os deputados e senadores que quem votasse a favor das reformas, não seria eleito este ano. A campanha conseguiu barrar a votação da reforma da Previdência, que praticamente iria acabar com o direito à aposentadoria da maioria da população brasileira, mas outras pautas, como a reforma trabalhista, foram aprovadas.
“Agora, faltando quase duas semanas para o primeiro turno das eleições 2018, quando serão definidos os parlamentares que ocuparão as cadeiras do Congresso Nacional pelos próximos quatro anos, é o momento de dizer aos deputados e senadores: se votou contra mim, não volta”.