Primeiro foi o presidente da República, dias depois seu ministro da Economia. Durante evento em Fortaleza (CE), na quinta-feira 5, Paulo Guedes veio em defesa de Bolsonaro e disse que Brigitte Macron, mulher do presidente da França, Emmanuel Macron, era “feia mesmo”. Horas depois, por meio de nota, o ministro “se desculpou” pela “brincadeira”, afirmando que "não houve qualquer intenção de proferir ofensas pessoais."
“É inadmissível que duas autoridades, dois homens públicos que estão no comando do país, sintam-se à vontade para proferir frases machistas contra a primeira-dama da França, mas que ofendem todas as mulheres. Existem vários tipos de violência contra as mulheres, e as declarações de Bolsonaro e Guedes são exemplos de violência simbólica. Isso se chama misoginia, que é o ódio às mulheres. Para nós, do movimento de mulheres, isso é uma afronta”, critica a secretária-geral do Sindicato dos Bancários de São Paulo e vice-presidenta da UNI Mulheres (ramo do sindicato mundial UNI Global Union), Neiva Ribeiro.
Neiva destaca ainda que, como ministro da Economia, Guedes deveria estar ocupando seu tempo com os problemas reais do país, assolado pela crise. “Deveria estar empenhado em combater o desemprego, que alcançou 12,6 milhões de pessoas em julho. Deveria estar se esforçando para incentivar a indústria nacional, com a consequente geração de postos de trabalho e renda. Mas sabemos que suas políticas vão na direção oposta: ele quer vender o patrimônio nacional e atacar direitos dos trabalhadores, achatando ainda mais salários e renda e agravando a crise. Não bastasse isso, ainda repete as falas machistas do presidente.”
“Como sempre as mulheres são avaliadas por sua aparência, e desqualificadas quando não se enquadram num certo padrão de beleza que é reforçado pela mídia e pela cultura machista. Nós, mulheres, não podemos cair nessa armadilha e devemos nos libertar. Daí a importância de debatermos temas como a diversidade e o respeito às diferenças, que é o que pretendemos com a terceira edição do Censo da Diversidade”, lembra.
O 3º Censo da Diversidade Bancária foi uma conquista da categoria na Campanha de 2018 e este ano tem um diferencial: além do questionário, que já está disponível no site da Fenaban (clique aqui para responder), bancárias e bancários poderão ser agentes da diversidade (saiba mais aqui).