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Pedro Guimarães, reconhecimento uma ova!

Linha fina
Presidente da Caixa comemora como se fosse ideia sua a resposta à reivindicação do movimento dos empregados dos 10 dias de compensação do GGRs; com a outra mão proíbe o rodízio em home office para os mesmos e ainda limita o reconhecimento dos menores salários na PLR, numa jogada privatista
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Foto: José Cruz/Agência Brasil

Após divulgar um vídeo em que diz reconhecer o esforço dos gerentes gerais durante a pandemia, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, limitou o home office dos Gerentes Gerais de Rede (GGRs) a apenas dois dias por mês, o que, na prática, tira a possibilidade de participarem do rodízio. 

“A conduta do presidente da Caixa é contraditória quando, por um lado, ele diz que o esforço dos gerentes gerais que trabalharam durante a pandemia precisa ser reconhecido, mas, por outro, limita a possibilidade de trabalhar em home office e cuidar da saúde”, critica o diretor da Apcef/SP Leonardo Quadros.  

Que reconhecimento? 

No último dia 23, após cobrança das entidades, a Caixa anunciou que os GGRs – empregados que, pelo fato de não registrarem jornada, não receberam horas extras por extrapolarem a jornada durante a semana tampouco pela abertura das agências aos sábados e feriados –, terão 10 dias de compensação, como se fosse um benefício oferecido pela empresa. 

A Comissão Executiva dos Empregados (CEE), que representa os trabalhadores na mesa de negociação, pautou o assunto durante as negociações coletivas, e a Apcef/SP encaminhou a cobrança, em conjunto com a Agecef e o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, para que a Caixa garantisse o direito aos empregados de receber a devida remuneração ou compensação das horas trabalhadas além da jornada. 

GGRS devem ter direito a hora extra e ao descanso 

“O fim do trabalho ao sábado e a compensação dos GGRS são compromissos antigos de mesa da direção da Caixa, e o Pedro Guimarães e seus seguidores privatistas ficam fazendo jogo de cena”, denuncia Dionísio Reis, diretor executivo do Sindicato.  

O registro de ponto para os gestores foi uma conquista importante fruto da mobilização dos trabalhadores junto com as suas associações representativas, assim como a PLR e a PLR Social. 

“Mas a direção atual da Caixa está sempre tentando criar suas exceções e abusos. No passado, deixou o gerente geral sem registrar o ponto. Mas é importante lembrar da conquista do Sindicato da marcação da jornada dos gerentes gerais, os únicos que estavam  excluídos da previsão de marcação de registro, por conta do que determina a CLT. Mas sempre foi reivnidnciação nossa que estes empregados tivessem controle da jornada para receberem a remuneração correta”, ressalta Dionísio.  

Para piorar o “reconhecimento”, no ACT 2020/22 o governo Bolsonaro e o Pedro Guimarães limitaram em três remunerações base a PLR. Além disso, escancararam sua verdadeira face privatista ao pretenderem pagar bônus caixa e usarem os empregados para comprarem as ações das subsidiárias do banco. 

“É segredo de polichinelo que, antes de anunciar ao mercado, o que é proibido pela Comissão de Valores Mobiliários, a Caixa já vem ofertando ações da Caixa Seguridade, inclusive aos empregados”, denuncia Dionísio.

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