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Caixa apresenta proposta indecente e gera indignação nos empregados

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Imagem de um mão com o polegar para baixo, com o logo da Caixa ao fundo

Em reunião da mesa permanente de negociação entre Caixa e a CEE/Caixa (Comissão Executiva dos Empregados da Caixa) - que contou com a presença do vice-presidente de pessoas, Sergio Mendonça - os representantes do banco público apresentaram proposta para retomar as designações das funções de caixa e tesoureiro, conforme desdobramento do GT (Grupo de Trabalho) que trata sobre o tema.

A representação dos trabalhadores, apesar de considerar um avanço o fato de a Caixa apresentar uma proposta para as reinvidicações debatidas no GT, avaliou que muitos pontos da proposta precisam ser melhorados.

Entre os problemas da proposta estão:

  • Para retorno das designações efetivas de caixa e tesoureiro, a Caixa propôs negociação do adicional de quebra de caixa apenas para os empregados que não recebiam gratificação de função.

Previsto em normativo interno, o adicional de quebra de caixa foi extinto pela Caixa, prejudicando milhares de empregados que lidam com numerário. A Caixa também ofereceu a possibilidade de acordos via Comissões de Conciliação (CCV/CCP) àqueles que não têm ação na justiça cobrando o pagamento da quebra de caixa.

  • Para os tesoureiros, a proposta da Caixa prevê a migração automática da jornada de 8 horas para a de 6 horas, com redução proporcional do salário, além da possibilidade de acordos nas Comissões de Conciliação. (CCV/CCP).

“Esta comissão não vai abrir mão de direitos dos colegas. Queremos avançar na questão das designações, entre outros pontos. Contudo, sem comprometer as ações judiciais, sejam elas individuais ou coletivas das entidades. Além disso, não aceitamos migração compulsória da jornada de 8 horas para 6 horas dos tesoureiros. Já negamos em mesa essa migração automática. Afinal, há toda uma organização de vida pessoal baseada no salário”, afirmou a coordenadora da CEE/Caixa, Fabiana Uehara Proscholdt, ao acrescentar que já foi reivindicado o pagamento do adicional de quebra de caixa também para os avaliadores de penhor.

“Para a negociação avançar, além destes pontos de atenção já colocados, necessitamos de dados. Queremos saber quantos colegas tem função de caixa efetivo, assim como de tesoureiro; quantos estão designados por prazo; quantos exercem a atividade minuto; se em tempo integral, ou parcial (…) Cobramos também que, caso a proposta avance, os colegas que exercem a atividade minuto, ou têm designação por prazo, sejam efetivados sem necessidade de PSI (Processo de Seleção Interna), até porque já fazem o trabalho. E de imediato já termos 500 designações”, acrescentou a coordenadora da CEE/Caixa.

A CEE/Caixa reforçou ainda a necessidade da criação de mesas específicas de negociação sobre temas nos quais os empregados estão enfrentando problemas, tais como: teletrabalho; Minha Trajetória; o estabelecimento e os procedimentos de cobrança de metas; entre outras.

Reação

Ainda que a CEE/Caixa tenha apontado diversos pontos problemáticos na proposta apresentada pela Caixa, recusando-a já na mesa de negociação, o banco público a divulgou na intranet, provocando indignação nos empregados.

"O que é isso companheiro? Tesoureiro com função gratificada menor ou igual a de um caixa? Aí não. Então, coloquem na pauta que quem não aceitar incorpora, porque isso é um absurdo. Os tesoureiros já estão com acúmulo de funções e, ainda por cima, se for equiparar hoje um salário de tesoureiro oito horas com um caixa 6 horas, já está defasado", comentou um tesoureiro que procurou o Sindicato, indignado, ao tomar conhecimento da proposta apresentada pela Caixa.

"Impossível um tesoureiro fazer seis horas se tem que abrir o cofre 45 minutos antes dos caixas e fechar uns 30 minutos, no mínimo, depois que a agência fecha. Isso precisa ser realinhado. Vão pagar horas-extras?", questionou o empregado, em tom de indignação.

Para o diretor do Sindicato e empregado da Caixa, Francisco Pugliesi, o Chico, a Caixa desrespeita a representação dos empregados ao divulgar uma proposta já recusada em mesa.

"Mais uma vez, a Caixa desrespeita a CEE/Caixa, ao chamar uma live pra apresentar a proposta que foi negada pelos representantes dos empregados. O correto seria eles reformularem a proposta e então trazer para a mesa de negociação novamente. Qual o objetivo da Caixa? Certamente não é unir os trabalhadores e trabalhadoras. É uma postura absurda da gestão do banco", avalia Chico

"A proposta da Caixa, infelizmente, passa longe de atender os anseios dos empregados que exercem as funções de caixas, tesoureiros e avaliadores de penhor, tão prejudicados nos últimos anos. Por óbvio, quando estes trabalhadores tomaram conhecimento desta proposta, a reação indignada foi imediata. Não podemos aceitar uma proposta que os obrigue a abrir mão de direitos", conclui o diretor executivo do Sindicato.

A Caixa analisará os apontamentos da CEE/Caixa sobre a proposta e dará retorno na próxima reunião de negociação.

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