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Itaú: 100 bancos diferentes

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Imagem da sede do Itaú

No dia 27 de setembro, o Itaú Unibanco completou 100 anos, somando as trajetórias das duas instituições financeiras que se fundiram em 2008. Este marco foi celebrado com investimentos milionários em marketing, trazendo ao país grandes personalidades internacionais e patrocinando artistas e atletas de renome. Com a marca mais valiosa do Brasil e sendo referência na publicidade nacional, o Itaú consolidou sua imagem como o banco mais admirado pelos clientes.

O próximo esforço publicitário será apresentar ao grande público os funcionários do banco, os “Itubers”, como os construtores desse legado e aqueles que moldarão o futuro, já que, no comercial, o banco se diz “feito de futuro”.

As várias culturas organizacionais

Internamente, também num esforço de comunicação, o banco lançou há alguns anos a “Cultura Itubers”, um conjunto de valores da instituição que é atualizado de tempos em tempos. Nele, encontramos itens como “ética é inegociável”, “a gente não sabe tudo” e “a gente vai de turma”.

Entretanto, o que se observa é que existem vários bancos dentro do Itaú. Cada pessoa trabalhadora está inserida em um ambiente que estabelece sua microcultura, que, em muitos casos, está bem distante dos valores pregados nos manuais e cartilhas. Algumas áreas, de fato, são ambientes amistosos para se trabalhar, mas outras são lugares tão carregados de pressão por metas e assédio moral que acabam adoecendo os trabalhadores.

O adoecimento

Ao andar pelo CEIC  (Centro Empresarial Itaú Conceição) e CT (Centro Tecnológico), tudo é muito colorido e há várias amenidades, como salas de jogos, espaços de convivência, salas de música, de leitura, etc. Porém, é quando o trabalhador adoece que a verdadeira face do Itaú se revela: começa com a recusa em conceder a CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho), que é o documento que vincula a doença ao ambiente de trabalho. Depois, no retorno da pessoa ao trabalho, não existe um programa sério de readaptação às funções e, em alguns casos, o trabalhador é perseguido e desligado.

“Uma cultura que não pratica aquilo que prega se traduz em gestão assediadora, subjetividade na interpretação de avaliações, favorecimento a determinados funcionários e perseguição a outros, o que leva centenas de trabalhadores a procurarem o departamento de saúde do Sindicato em busca de orientação para o afastamento por acidente de trabalho. Somente em 2024, 60% dos atendimentos realizados foram de bancários do Itaú Unibanco”, afirma Edegar Faria, dirigente sindical e bancário do Itaú.

Terceirização

A terceirização é outro aspecto da desvalorização dos trabalhadores. Em 23 de setembro publicamos que 62 bancários foram demitidos por conta da terceirização da Central PJ. Agora, em mais um movimento de precarização da força de trabalho, 188 bancários das áreas AGE Chat, AGE Voz, 2º nível da GAC, Itaú Emps, Minhas Solicitações e 2º Nível Gerentes serão terceirizados no prazo de quatro meses.

“O Sindicato se opõe veementemente à terceirização e continuará protestando nos locais de trabalho contra esse movimento do Itaú e de qualquer banco. Essa substituição de trabalhadores foi viabilizada pelo PL 13.429/17, em 2017, no governo de Michel Temer", conclui Edegar.

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