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Centro Administrativo Brigadeiro na greve

Linha fina
Concentração do Itaú, localizada na capital paulista, teve atividades paralisadas no nono dia de mobilização; indignação com proposta dos bancos é geral
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São Paulo – Se para os banqueiros respeitarem os bancários e oferecerem proposta de reajuste digno é preciso pressão, a greve da categoria tem cumprido esse papel de forma exemplar. Mais uma prova da união e da mobilização dos trabalhadores foi dada nesta quarta-feira, nono dia de movimento, com a paralisação do CA Brigadeiro, centro administrativo do Itaú localizado nas imediações da Avenida Paulista, em São Paulo.

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“A proposta é um absurdo. Com a inflação do jeito que está, é uma falta de respeito oferecer só 5,5%”, afirmou uma trabalhadora do centro administrativo. “Está todo mundo revoltado. A greve é muito importante. Tinha que parar o CA Brigadeiro todos os dias”, acrescentou.

Já outra bancária classificou a proposta da Fenaban como vergonhosa. “O mínimo, mínimo mesmo, seria cobrir as perdas com a inflação. É uma vergonha. Se o banco só se mexe quando tem greve, temos mais é que parar mesmo”, declarou indignada.

Apesar do reajuste proposto pelos bancos ser o principal alvo da revolta dos funcionários do Itaú, os trabalhadores também fazem questão de falar sobre outros problemas enfrentados na rotina dentro da instituição.

“O pior de trabalhar no banco é a forma como as metas são cobradas. Em reuniões de equipes todo mundo fica sabendo a nota atribuída aos outros. É uma situação constrangedora. Mesmo quem teve bom desempenho, fica constrangido pelos colegas que não foram tão bem”, relatou uma bancária.

“Existe muita injustiça no reconhecimento do trabalho. Muitas vezes, pessoas que são próximas ao gestor levam mais méritos do que quem trabalhou mais e deu melhores resultados para a equipe”, reclamou uma colega.

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Já para outro funcionário, o valor do vale-alimentação é insuficiente. “Nosso vale não condiz com o local onde trabalhamos. É impossível durar até o fim do mês.”

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Treinamento na greve – Durante a mobilização em frente ao CA Brigadeiro, era grande a movimentação de bancários, muitos em início de carreira, que foram direcionados pelo Itaú até o local para fins de treinamento.

“O banco falou que aqui é um local que raramente fecha durante as greves. Por isso, mandaram a gente fazer o treinamento aqui”, contou uma bancária.

Apesar de “perder a viagem”, a trabalhadora fez questão de demonstrar seu apoio à paralisação: “É muito bom o Sindicato mobilizar e conscientizar todo mundo da necessidade da greve. Sozinho, o trabalhador não tem voz junto ao banco”. 

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Felipe Rousselet – 14/10/2015

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