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São Paulo – Uma vida inteira de lutas apaixonadas. Primeiro para vencer a infância difícil, com a hemofilia que herdou da mãe e uma tuberculose que quase lhe tirou a vida. Depois, como um dos principais nomes na luta contra a ditadura, que foi cantado em verso da música O Bêbado e o Equilibrista.
Mais tarde, o incansável guerreiro no combate à fome no Brasil, como fundador do Ibase (Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas) e com a campanha Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida. Este foi o sociólogo Herbert de Souza, que faria 80 anos em novembro, e teve sua trajetória contada no documentário Betinho – A Esperança Equilibrista.
O filme, dirigido por Victor Lopes, conta essas e outras histórias da vida e da atuação política e social de Betinho, que faleceu em 1997, vítima da AIDS, que contraiu em uma transfusão de sangue. No documentário, a narração é do próprio sociólogo, que teve as falas garimpadas da série Caminhos da Democracia.
Após ser escolhido pelo júri popular como o melhor documentário no Festival do Rio, Betinho – A Esperança Equilibrista chegou à 39ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, com exibições no Espaço Itaú de Cinema Frei Caneca, no dia 27 (17h10); e no Reserva Cultural, 28 de outubro (16h). O filme também estreia em circuito comercial, em cinemas de todo o Brasil, na quinta-feira 29.
Comitê Betinho - Dentre os frutos do trabalho de Herbert de Souza está o Comitê Betinho de São Paulo, existente desde novembro de 1993. A ONG ganhou esse nome para prestar uma justa homenagem ao Betinho por ocasião de seu falecimento, em 9 de agosto de 1997. Com a colaboração de bancários, principalmente do extinto Banespa, o comitê promove ações como o Natal sem Fome e com Livros, a construção de cisternas no nordeste do país e a implantação de brinquedotecas em locais carentes.
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“Assistir ao filme foi muito emocionante, tocante mesmo. É marcante como uma pessoa tão frágil, hemofílico e tuberculoso, que depois contraiu HIV, teve tanta força para mobilizar a sociedade e transformá-la”, afirmou o diretor presidente do Comitê Betinho, José Roberto Vieira Barboza.
“O Betinho sempre foi um militante. Assessorou o João Goulart e, no Chile, o Allende. Uma pessoa que pagou com o exílio por seus ideais. Não queria só acabar com a fome, queria a democratização da terra, combater o desemprego e promover o desenvolvimento econômico. Na questão da fome, recebia grande espaço da mídia, mas quando atacava questões estruturantes, não recebia essa atenção. Pregava a solidariedade, mas tinha claro o papel do Estado na promoção de políticas públicas".
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Felipe Rousselet – 27/10/2015
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