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Greve paralisa novamente CTO do Itaú

Linha fina
Cerca de 5 mil bancários trabalham no Centro Tecnológico Operacional, localizado na capital paulista; concentração também possui grande contingente de terceirizados
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São Paulo – A greve dos bancários chegou ao quarto dia e a adesão dos trabalhadores não para de aumentar em todo o Brasil. Além de paralisar agências e centros comerciais, uma estratégia importante do movimento é parar também centros administrativos dos bancos, onde estão alocados, por exemplo, departamentos de negócios e tecnologia da informação. É o caso do Centro Tecnológico Operacional (CTO) do Itaú, localizado na capital paulista, que na sexta-feira 9 teve parou pela terceira vez desde o início da greve.

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“É uma vergonha [a proposta da Fenaban]. Os bancos ganham muito e com certeza poderiam pagar pelo menos a reposição da inflação”, declarou um dos cerca de 5 mil bancários que trabalham no CTO.

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“Somos cobrados o tempo inteiro. Agora, que é hora de valorizar nosso esforço, o banco nos trata dessa maneira”, reclamou outro trabalhador.

Abono – O presidente da Contraf-CUT, Roberto Von der Osten, participou da mobilização e falou sobre o abono proposto pelos bancos de R$ 2,5 mil.

“O abono é uma coisa que pega nos instintos mais primitivos das pessoas. É o imediatismo. É pegar um dinheiro agora e não pensar no futuro. Não me importa a minha aposentadoria, a minha carreira e nem os outros. Eu compenso meu poder de compra do passado, mas quando chegar a agosto do ano que vem, meu salário é 4,15% menor do que deveria ser em agosto de 2015. Os banqueiros exploram os sentimentos mais mesquinhos”, afirmou o presidente da Contraf-CUT. “É nocivo [o abono]. Já tivemos isso na década de 90. Derrotamos essa estratégia dos bancos em 2003 e não queremos ver isso novamente na vida”, destacou o dirigente.

Terceirizados – O CTO possui grande contingente de funcionários terceirizados que não usufruem os mesmos direitos e conquistas dos bancários. Os salários também são menores e não contam com um sindicato forte na defesa dos seus interesses. O fim da terceirização no setor financeiro, com a incorporação dos trabalhadores na categoria bancária, é uma das reivindicações da pauta entregue à Fenaban.

“Existe um projeto de lei no Senado para liberar a terceirização geral, em todos os setores. Isso é péssimo. Se isso acontecer, em torno de 30 milhões de brasileiros terão seus ganhos reduzidos, sua jornada aumentada e vão entrar na precarização. O que nós queremos é que os terceirizados tenham os mesmos direitos das categorias preponderantes. E não nivelar todo mundo por baixo”, afirmou a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, durante a mobilização no CTO.


Redação – 9/10/2015
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