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Sabesp adia obra e rio pode secar em 6 meses

Linha fina
Especialistas criticam decisão da empresa de atrasar intervenção para transpor água do Rio Pequeno para o Rio Grande
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São Paulo - O presidente da Sabesp, Jerson Kelman, anunciou na quarta-feira 30 que a obra para transpor águas do Rio Pequeno para o Rio Grande, ambos braços da represa Billings, deixou de ter caráter emergencial e não possui data determinada para a conclusão. No mesmo dia do anúncio, o Rio Grande, responsável pelo abastecimento de São Bernardo, Diadema e Santo André, passou a contribuir com 4 mil litros de água por segundo para socorrer o sistema Alto Tietê.

“A obra do Rio Pequeno não é necessária agora, porque o Rio Grande tem muita água armazenada (...) São 90 bilhões de litros de água, o que é suficiente para abastecer o Alto Tietê e não deixar o ABC sem água. Pelo menos, por ora”, afirmou Kelman.

Especialistas consultados pelo jornal ABCD Maior discordam do presidente da Sabesp. Para eles, sem o reforço do Rio Pequeno e com a capitação de água para o sistema Alto Tietê, o Rio Grande pode secar em apenas seis meses.

“A política estadual não é criar um equilíbrio, mas sim secar o que tiver pela frente”, acusou Hamilton Rocha, integrante do coletivo Luta pela Água. “Eles acreditam que a chuva do próximo período vai remediar a situação e em paralelo a isso o rodízio disfarçado segue velado”, acrescenta Rocha.

Sistema Alto Tietê – Também na tarde de quarta 30, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) esteve em Rio Grande da Serra, onde teve início a transposição das águas do Rio Grande para a represa Taiaçupeba, que pertence ao sistema Alto Tietê. O evento de inauguração da obra precisou ser adiado várias vezes devido a vazamentos e outros problemas técnicos nos nove quilômetros de interligação.  

Desde o início, a obra orçada em R$ 130 milhões possui diversos problemas e busca obter licenças ambientais a “toque de caixa”. A ausência de EIA/Rima (Estudo e Relatório de Impacto Ambiental) é alvo de críticas de ambientalistas e está sendo investigada pelo Ministério Público. Além disso, a transposição provocou o aterramento de parte da represa Taiaçupeba e a morte de capivaras em Rio Grande da Serra.


Redação, com informações do ABCD Maior – 1º/10/2015
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