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São Paulo – Apesar das fortes chuvas, a situação dos reservatórios paulistas ainda é crítica e em todas as regiões da capital paulista há ocorrências da falta de água. É o que aponta o mapeamento feito pela Aliança pela Água, por meio do aplicativo “Tá faltando água”. Segundo Marussia Whately, coordenadora da Aliança pela Água, "a crise da água é crise de gestão", e lembrou que a recuperação do sistema Cantareira, por exemplo, deve levar de três a cinco anos.
Em debate ocorrido na segunda-feira 5, na Assembleia Legislativa de São Paulo, que reuniu movimentos sociais, sindicais, Ministérios Públicos Estadual e Federal e a Agência Nacional de Águas (ANA), Marussia afirma que o atual quadro de crise conjuga um cenário climático atípico, com secas prolongadas, má gestão, falta de participação e omissão de agentes públicos. Para ela, São Paulo precisa adotar uma nova cultura de cuidado com a água, desde o reuso, até o maior rigor nos contratos de fornecimento.
"Infelizmente, nós avançamos muito pouco aquilo que seria, de certa forma, uma nova cultura de cuidado com água, que não só nos ajudaria a superar a crise atua como nos ajudaria a prevenir novas situação como essa", diz a coordenadora da Aliança pela Água, em entrevista à repórter Anelize Moreira, da Rádio Brasil Atual.
> Áudio: puça a reportagem da Rádio Brasil Atual
Ela afirma, ainda, que a Sabesp é uma concessionária que tem como missão "vender água", e, portanto, está interessada em garantir a continuidade dos negócios e, não necessariamente, na prevenção em relação a eventos climáticos extremos.
"Garantir que os contratos entre as prefeituras e a Sabesp tenham maior rigor em relação a diminuição de perdas, que tenham uma reflexão sobre política tarifária, tudo isso seriam medidas de enfrentamento de uma forma mais sustentável, e não só o enfrentamento emergencial, que é o que a gente viveu até agora", analisa Marrusia.
Segundo dados preliminares do aplicativo ‘Tá faltando Água’, lançado no mês passado, as notificações de falta d'água ocorrem em todo o estado, com mais de 400 ocorrências por dia. São Paulo, Guarulhos e Santo André são as cidades registram o maior número de ocorrências.
De acordo com a ANA, a nova outorga para o sistema Cantareira, que deve ser assinada até 30 de outubro, prevê critérios mais rígidos para a utilização do reservatório, visando evitar o seu esvaziamento, como acontece atualmente.
"Não havia regras claras, no ano passado, e aí a Sabesp utilizou o volume da maneira como ela tinha possibilidade, porque a outorga só dava o (limite) máximo", afirma Horácio Figueiredo, chefe de gabinete da ANA. Ele explica que a nova outorga prevê a utilização do reservatório em um sistema de cotas. "Na hora em que o reservatório estiver cheio, com até 70% da sua capacidade, você pode tirar o máximo da sua outorga. Baixou de 70%, se começa a diminuir a retirada. Você vai fazendo isso por faixas."
Segundo Alessandra Faccioli, Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (Gaema) do Ministério Público Estadual, o órgão enviou recomendações para que seja garantida a mínima segurança hídrica, na nova outorga do Cantareira, com metas e prazos para o fornecimento de água para cada uma das regiões, medidas de eficiência e combate ao desperdício, reuso e recuperação dos mananciais. "Há que se cumprir o que a lei determina, que é a integração da gestão dos recursos hídricos com a gestão ambiental."
O deputado federal Nilto Tatto (PT-SP), da comissão especial da Câmara destinada a estudar e debater os efeitos da crise hídrica, no país, diz que o governo de São Paulo ignorou os alertas dos especialistas em meio ambiente que poderiam minimizar os efeitos da crise e que as obras de emergência estão sendo feitas "de qualquer forma", sem o devido cuidado em relação aos processos de licenciamento ambiental, por exemplo.
Rede Brasil Atual - 7/10/2015
Em debate ocorrido na segunda-feira 5, na Assembleia Legislativa de São Paulo, que reuniu movimentos sociais, sindicais, Ministérios Públicos Estadual e Federal e a Agência Nacional de Águas (ANA), Marussia afirma que o atual quadro de crise conjuga um cenário climático atípico, com secas prolongadas, má gestão, falta de participação e omissão de agentes públicos. Para ela, São Paulo precisa adotar uma nova cultura de cuidado com a água, desde o reuso, até o maior rigor nos contratos de fornecimento.
"Infelizmente, nós avançamos muito pouco aquilo que seria, de certa forma, uma nova cultura de cuidado com água, que não só nos ajudaria a superar a crise atua como nos ajudaria a prevenir novas situação como essa", diz a coordenadora da Aliança pela Água, em entrevista à repórter Anelize Moreira, da Rádio Brasil Atual.
> Áudio: puça a reportagem da Rádio Brasil Atual
Ela afirma, ainda, que a Sabesp é uma concessionária que tem como missão "vender água", e, portanto, está interessada em garantir a continuidade dos negócios e, não necessariamente, na prevenção em relação a eventos climáticos extremos.
"Garantir que os contratos entre as prefeituras e a Sabesp tenham maior rigor em relação a diminuição de perdas, que tenham uma reflexão sobre política tarifária, tudo isso seriam medidas de enfrentamento de uma forma mais sustentável, e não só o enfrentamento emergencial, que é o que a gente viveu até agora", analisa Marrusia.
Segundo dados preliminares do aplicativo ‘Tá faltando Água’, lançado no mês passado, as notificações de falta d'água ocorrem em todo o estado, com mais de 400 ocorrências por dia. São Paulo, Guarulhos e Santo André são as cidades registram o maior número de ocorrências.
De acordo com a ANA, a nova outorga para o sistema Cantareira, que deve ser assinada até 30 de outubro, prevê critérios mais rígidos para a utilização do reservatório, visando evitar o seu esvaziamento, como acontece atualmente.
"Não havia regras claras, no ano passado, e aí a Sabesp utilizou o volume da maneira como ela tinha possibilidade, porque a outorga só dava o (limite) máximo", afirma Horácio Figueiredo, chefe de gabinete da ANA. Ele explica que a nova outorga prevê a utilização do reservatório em um sistema de cotas. "Na hora em que o reservatório estiver cheio, com até 70% da sua capacidade, você pode tirar o máximo da sua outorga. Baixou de 70%, se começa a diminuir a retirada. Você vai fazendo isso por faixas."
Segundo Alessandra Faccioli, Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (Gaema) do Ministério Público Estadual, o órgão enviou recomendações para que seja garantida a mínima segurança hídrica, na nova outorga do Cantareira, com metas e prazos para o fornecimento de água para cada uma das regiões, medidas de eficiência e combate ao desperdício, reuso e recuperação dos mananciais. "Há que se cumprir o que a lei determina, que é a integração da gestão dos recursos hídricos com a gestão ambiental."
O deputado federal Nilto Tatto (PT-SP), da comissão especial da Câmara destinada a estudar e debater os efeitos da crise hídrica, no país, diz que o governo de São Paulo ignorou os alertas dos especialistas em meio ambiente que poderiam minimizar os efeitos da crise e que as obras de emergência estão sendo feitas "de qualquer forma", sem o devido cuidado em relação aos processos de licenciamento ambiental, por exemplo.
Rede Brasil Atual - 7/10/2015
