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Chapéu
Jardim Camargo

Luta contra fechamento de agência é símbolo de resistência ao desmonte

Linha fina
Bancários e população estão unidos pela continuidade das atividades da agência Jardim Camargo Novo, da Caixa, no extremo leste de São Paulo; dia 18 tem audiência, na Câmara Municipal de São Paulo, em defesa dos bancos públicos. Moradores estarão lá e você também pode participar!
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Foto: Seeb-SP

São Paulo – O Itaim Paulista, distrito mais populoso de São Paulo, com mais de 240 mil moradores, possui o oitavo menor IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) da capital paulista. Um dos seus bairros, o Jardim Camargo Novo, se não fosse a presença da Caixa, seria a maior área sem agências bancárias do distrito. E essa é justamente uma das cerca de 100 unidades que a direção da Caixa pretende fechar, com encerramento das atividades previsto para 10 de novembro. A luta do Sindicato pela permanência da unidade, que se tornou símbolo da mobilização contra o desmonte do banco público, ganhou forte apoio da população local.

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Tuitaço em defesa da Caixa 100% pública nesta quarta

“Estamos há vários dias ocupando a frente da agência Jardim Camargo Novo, dialogando com bancários e população. Lideranças locais e a comunidade em geral abraçaram a nossa luta, pois sabem que a presença da Caixa é fundamental para o desenvolvimento da região. Já coletamos quase duas mil assinaturas contra o desmonte da Caixa e pela continuidade das atividades dessa agência”, relata o diretor do Sindicato e coordenador da CEE/Caixa, Dionísio Reis.

O líder comunitário do Itaim Paulista, Euclides Mendes, o Kiko, alerta que o fechamento da agência Jardim Camargo Novo afeta uma população de baixa renda, extremamente carente de equipamentos públicos.

“São pessoas de baixo poder aquisitivo, que dificilmente possuem contas em bancos privados. Possuem contas-poupança na Caixa, para pequenas movimentações. Além disso, são atendidas por programas sociais. Aí você imagina o impacto para uma pessoa, que recebe um benefício de R$ 100, ter de gastar R$ 7,60 de condução só para se deslocar até o banco para sacá-lo. Sem a Caixa do Jardim Camargo Novo, tira-se recursos justamente das pessoas que mais necessitam”, explica Kiko.

“A Caixa é o único banco que temos. Os outros bancos não querem atender na região. Por isso, a sociedade civil está se manifestando. Todos perdem com o fechamento da agência: população, comerciantes e o desenvolvimento local. Tanto é que, em reuniões que tivemos para discutir o fechamento da agência, tivemos a presença de um representante de uma rede de farmácias. Ele sabe que, fechando a agência, vai vir prejuízo para os comerciantes”, acrescenta o morador do Itaim Paulista e Conselheiro Municipal de Políticas Urbanas de São Paulo, Leonardo Medeiros da Silva.

Leonardo lembra ainda que, com o fechamento da agência da Caixa, mais uma vez a periferia será esquecida pelo poder público. “É só ver o Plano de Metas da Cidade de São Paulo. São contemplados o Centro e bairros nobres. A periferia é esquecida. Já não temos equipamentos públicos. Fechando a agência, perderemos mais um.”

Para o dirigente do Sindicato e empregado da Caixa, Francisco Pugliesi, o Chico, a adesão da população à luta contra o desmonte dos bancos públicos, imposto pelo governo Temer, é de fundamental importância.

“A luta contra o fechamento da agência Jardim Camargo Novo tornou-se um símbolo da nossa resistência contra o desmonte e privatização dos bancos públicos. O debate que fazemos com a população da região é o mesmo que temos feito nacionalmente, mostrando a importância dessas instituições para as pessoas e para o país. A Caixa sozinha responde por 75% do crédito imobiliário, pela grande maioria dos programas sociais e administra o FGTS. Além disso, atua em regiões onde bancos privados não têm interesse, como é o caso do Jardim Camargo Novo”, enfatiza Chico.

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O Sindicato, a Apcef e a população local vão permanecer mobilizados na agência, junto aos bancários, até que a Caixa abra negociação sobre o fechamento da unidade. O Sindicato também enviou ofício à direção da banco reivindicando que a decisão de fechar mais de 100 agências seja revista".

Dia de luta – No dia 18 será realizado Dia Nacional de Luta em defesa da Caixa e dos participantes da Funcef. Em todo o país, entidades como Fenae, Apcefs, centrais sindicais, Contraf, federações e sindicatos vão mobilizar trabalhadores e sociedade em defesa da manutenção do banco 100% público.

"Conclamamos todos os empregados a vestirem vermelho no dia 18, representando nossa raiva contra essa direção, que pretende abrir o capital da Caixa e vendê-lo em partes. Além disso, é muito importante que a categoria e a população participem da audiência pública na Câmara Municipal de São Paulo. O desmonte da Caixa, com o fechamento de agências, prejudica a todos", conclama Dionísio.

Audiência Pública - Também no dia 18 será realizada audiência pública, às 19h, na Câmara Municipal de São Paulo, em defesa dos bancos públicos. A intenção é detalhar à população os riscos do desmonte dessas instituições para o desenvolvimento local. Será o quarto encontro, de uma série de seis já agendados na base do Sindicato. Antes foram realizadas em Embu das Artes, Carapicuíba e Barueri.

Lideranças do Jardim Camargo Novo, e de todo o Itaim Paulista, já confirmaram presença na audiência pública na Câmara Municipal de São Paulo. 

“Temos de batalhar. Dia 18 vai ter a audiência pública e dia 20 reunião com o subprefeito. Como representante do poder público municipal da região, ele também tem de ser cobrado”, disse Leonardo. “Estamos mobilizando a população, não só a do Jardim Camargo Novo, como também dos bairros próximos, para comparecer à audiência pública”, acrescenta Kiko. 

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