O Sindicato vem recebendo inúmeras reclamações de bancários apontando que está ficando impossível pagar os custos da coparticipação do plano de saúde oferecido pelo banco.
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Uma bancária conta que teve de levar seu filho com urgência ao pronto socorro e foi cobrado cerca de R$ 80 por esse atendimento. Segundo a trabalhadora, que está afastada, todos os exames e consultas realizados pelo convênio passaram a ser cobrados.
“O que me admira é que antes não havia tal cobrança dessa coparticipação. Lembro que no inicio foi dito que iriam cobrar a coparticipação referente ao uso de psicoterapia, nutricionista, ou RPG, mas agora tudo é cobrado. É realmente um absurdo”, protesta.
Segundo a bancária, no mês de setembro ela recebeu uma cobrança de mais de R$ 500 de coparticipação, além da cobrança da assistência médica, que é de R$ 136,56.
“Estou afastada, então o banco esta debitando esse valor absurdo na complementação de acidente de trabalho, que é de pouco mais de R$ 1.000. Recebi de salário esse mês menos de R$ 300, não tenho como arcar com tal cobrança.”
Histórico de aumentos abusivos
Desde 2013, o Santander vem sistematicamente quebrando regras do contrato de trabalho e transferindo para os trabalhadores a maior parte dos custos com o plano de Saúde.
Em novembro daquele ano o banco aplicou reajuste de cerca 30% na mensalidade e implementou a cobrança por faixa etária. O Sindicato conseguiu impedir esse aumento através de uma ação trabalhista.
Em novembro de 2014, o banco aplicou novo reajuste de cerca de 20% e reduziu de 24 para 21 anos a permanência do filho no plano de saúde como dependente. O filho com idade entre 21 e 24 anos passou a permanecer coberto pelo convênio, mas como agregado, pagando o preço de mercado.
Nos meses de novembro dos dois anos seguintes, o banco aplicou novamente reajustes muito acima da inflação.
Em fevereiro de 2017, o Sindicato foi informado que o banco rescindiria o contrato com a Bradesco Saúde e passaria o serviço para a Sul América Saúde, implicando em aumento da coparticipação de 20% para 25% nas consultas, exames e terapias. E a partir da sexta consulta, a coparticipação passará para 30%.
Desde que tomou conhecimento das mudanças unilateral realizada pelo Santander, o Sindicato cobrou do banco a revisão da forma de cobrança de coparticipação, diante da inviabilidade econômica para os trabalhadores.
“Esse modelo é perverso, pois o trabalhador descobre que não consegue pagar a coparticipação justamente no momento que está doente e precisa fazer vários exames, ficar internado ou ser atendido no pronto socorro”, diz a dirigente Vera Marchioni. “Os trabalhadores portadores de doença crônica também estão endividados, pois precisam de acompanhamento médico e realizar exames regularmente e ficam refém da coparticipação que consome grande parte do salário”, acrescenta Vera.
O Sindicato já discutiu esse tema com o banco e reivindicou, entre outras medidas, que se estabeleça um teto para o desconto mensal da coparticipação somado a mensalidade. “É inadmissível que um banco tão lucrativo como o Santander deixe o seu trabalhador, que está doente, praticamente sem salário por causa do alto custo da assistência médica”, conclui Vera Marchioni.