Os jovens brasileiros são os mais afetados pela corrosão do mercado de trabalho. No primeiro trimestre deste ano, 41,8% da população de 18 a 24 anos fazia parte do grupo dos subutilizados — ou seja, estavam desempregados, desistiram de procurar emprego ou tinham disponibilidade para trabalhar por mais horas na semana.
Em números absolutos, são 7,337 milhões de jovens brasileiros subutilizados, o maior número já registrado desde que a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicilio (Pnad) começou a ser feita em 2012 — do total, 4,26 milhões estavam desempregados, procurando trabalho, levando a uma taxa de desemprego entre esse grupo de 27,3%.
No 2º trimestre deste ano a taxa de desemprego se manteve alarmante entre a população de 18 a 24 anos e superou o dobro da média geral. Enquanto a desocupação entre os jovens ficou em 25,8%, o percentual total foi de 12%.
Diante dessa realidade desoladora, os delegados e delegadas do 13º Congresso Nacional da CUT “Lula Livre” – Sindicatos Fortes, Direitos, Soberania e Democracia, elegeram, em chapa única, a nova direção Nacional da CUT para o mandato de 2019/2023. Para a presidência da entidade foi eleito por unanimidade o metalúrgico do ABC, Sérgio Nobre.
O Concut também incluiu em seu plano de lutas a orientação de participação de no mínimo 10% de jovens em congressos, conferências, plenárias e espaços de formação.
O plano de lutas de uma central orienta a ação sindical do próximo período para todos os sindicatos, federações e confederações filiadas à central sindical.
“A demanda da inclusão da juventude está na sociedade. Em muitas categorias, os trabalhadores de até 35 anos são maioria. Além disso, a geração que nasceu nos anos 2000 está entrando no mercado de trabalho. Esse público exige respostas mais rápidas e ações diferenciadas. Com essa orientação, a CUT busca, além de representar melhor os trabalhadores, dar mais dinamismo para sua ação e intervenção na sociedade”, avalia Lucimara Malaquias, vice-presidente da Juventude UNI Americas e diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região;
Ela enfatiza que a revolução 4.0, a transformação digital e o novo mundo do trabalho exigem sindicatos dinâmicos, representativos e com nova linguagem e novas formas de interação.
“A relação entre diferentes gerações enriquece a todos. A troca e o aprendizado podem trazer melhores resultados para a ação sindical visando sempre a garantia de direitos para os trabalhadores. Isso envolve coragem, inovação e organização na qual novas consciências possam participar das decisões; organização que pede renovação”, opina a diretora.
“Também buscamos maneiras de inovar, seja na linguagem, seja na ação. Precisamos ainda pensar na formação de novas lideranças e no processo transitório. Estamos sinalizando para a juventude: queremos te ouvir e construirmos juntos novos métodos”, afirma Lucimara, acrescentando que foi aprovada orientação semelhante na UNI Global, sindicato mundial que representa mais de 20 milhões de trabalhadores de 900 entidades do setor de serviços em diversos países do mundo, entre eles o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região..