O Banco do Brasil abriu processo administrativo contra a bancária e delegada sindical pela Intersindical Thais Menezes, eleita pelos colegas do Complexo Verbo Divino do Banco do Brasil, em São Paulo.
O teor da denúncia indica que a delegada sindical do Cesup Plataforma SP foi interpelada por uma das gestoras do prefixo, exclusivamente devido a sua atuação militante relacionada a questionamentos que buscavam esclarecer os motivos que exigiam o trabalho presencial de funcionários terceirizados do grupo de risco.
Thais pedia esclarecimentos do porquê o banco não trata esses colegas da mesma forma que tratam os bancários do Banco do Brasil, ou seja, em home office ou dispensados para sua proteção, sem prejuízo de salários e benefícios.
O banco não atendeu o pedido de esclarecimento da delegada sindical e, agora, a está acusando de divulgar externamente o assunto nas redes sociais, sem provas, inclusive citando a divulgação de uma fotografia na qual não se pode caracterizar o local de trabalho, tampouco se o local é no BB ou não, que busca apenas ilustrar a divulgação do assunto quanto à sua gravidade.
“Naturalmente, a foto configurara apenas um mero pretexto para intimidação da militante quanto a divulgação de uma situação não resolvida pela empresa, haja vista dezenas de milhares de fotos e vídeos divulgados em redes sociais por bancários do BB, cujo temas favoráveis ao cumprimento de metas e resultados, bem como festas e confraternizações, jamais foram vistas de maneira negativa pelo banco. Na verdade, são encorajadas e estimuladas, visando dar um ar de democracia e ‘La La Land’ dentro do banco”, diz Getulio Maciel, dirigente sindical e representante da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEEB) pela Fetec-CUT/SP.
Importante destacar que o texto e a fotografia divulgados nas redes sociais datam de março deste ano, início da pandemia, e a interpelação pelo Cesup ocorreu no fim de setembro, ferindo questões de tempestividade quanto a denúncia e sua interpelação.
“Pediremos ao Banco do Brasil reposicionamento quanto a esse assunto, que é péssimo para relação junto aos trabalhadores, e demonstra retrocessos na construção de caminhos assertivos, para melhoria das condições de trabalho e resolução de conflitos, entre sindicato e empresa”, afirma Getúlio
“Repudiamos quaisquer práticas antissindicais que perseguem militantes com mandatos sindicais, uma vez que ferem princípios constitucionais e resoluções da Organização Internacional do trabalho [OIT] quanto às relações entre empresas e sindicatos, sem falar no direito do exercício à liberdade de expressão do cidadão, sem ofensas, calúnias, mentiras ou difamação”, acrescenta o dirigente.
