Os financiários de São Paulo, Osasco e região (base do Sindicato) aprovaram acordo negociado com a Fenacrefi (Federação das Financeiras) para a renovação de sua Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e a Participação nos Lucros e Resultados (PLR-CCT).
A assembleia virtual iniciou às 15h de quarta-feira 21 e se encerrou às 18h de quinta-feira 22. A participação dos trabalhadores da base do Sindicato foi grande, apesar de que alguns poucos financiários não terem conseguido votar. Isso ocorreu porque a Fenacrefi enviou com atraso as informações das financeiras, além da inconsistência de dados. Por conta disso, alguns sindicatos ainda realizarão suas assembleias na próxima semana, mas felizmente não foi o caso de São Paulo, Osasco e região, que conseguiu votação expressiva e representativa de sua base.
Pontos do acordo
O acordo mantém todos os direitos previstos na CCT da categoria por dois anos (2020-2021). Prevê, este ano, reajuste de 1,13% (que corresponde a 55% do INPC, do período entre 1º de junho de 2019 a 31 de maio de 2020) sobre salários e sobre salários de ingresso, mais abono de R$ 1 mil para todos; e reajuste integral do INPC (correção de 2,05%) sobre demais verbas, como VA e VR. Para 2021, prevê reajuste nos salários, inclusive os de ingresso, e demais verbas de natureza econômica pelo INPC integral (acumulado entre 1º de junho de 2020 a 31 de maio de 2021).
As diferenças salariais e de benefícios, desde junho, deverão ser pagas até o dia 30 de outubro. A antecipação da PLR, no valor de R$ 1.730,74, para as financeiras que tiveram lucro no 1º semestre de 2020, deve ser paga aos empregados em até 10 dias úteis da assinatura da CCT. O problema causado pela Fenacrefi, que resultou no adiamento das assembleias em outras bases, também vai atrasar a assinatura da CCT, que estava previsto para ocorrer nesta sexta-feira 23.
A regra da Participação dos Lucros e Resultados (PLR) ficou mantida em 2020, com reajuste integral do INPC (acumulado entre 1º de junho de 2019 a 31 de maio de 2020) sobre os valores fixos e tetos da PLR. Para 2021, ficou acordado a criação de um grupo de trabalho, até novembro de 2020, para discutir eventuais alterações no modelo atual de PLR. Se não houver evolução do tema no grupo, será mantida a regra de 2020, com aplicação do INPC integral.
Veja valores na tabela abaixo
Houve avanço também em outro ponto: as financeiras concordaram em debater e apoiar a causa de combate à violência contra a mulher, estabelecendo medidas de proteção e apoio a essas vítimas, por instrumento de adesão pelas empresas.
A Fenacrefi desistiu de incluir na CCT cláusula referente ao Sistema Alternativo Eletrônico de Controle de Jornada. Os temas do sistema alternativo eletrônico de controle de jornada, bem como do teletrabalho, deverão ser discutidos entre financeira e sindicatos.
“Foi um acordo vitorioso porque, neste contexto extremamente desfavorável aos trabalhadores, com ataques e retiradas de direitos, conseguimos manter todas as cláusulas da CCT dos financiários, até 31 de maio de 2022. Além disso, conquistamos reajustes salariais por dois anos, sendo que este ano também haverá abono de R$ 1 mil para todos. Nossa pressão e mobilização fez com que a Fenacrefi retomasse as negociações da Campanha Nacional, que tinham sido suspensas, e ainda conseguimos que a federação aceitasse discutir um projeto para proteção a trabalhadoras vítimas de violência, além de acordos de teletrabalho [home office] por empresas”, comemora o dirigente sindical da Contraf-CUT Jair Alves.
Contribuição negocial
Na assembleia, os trabalhadores também aprovaram a contribuição negocial que corresponde a 1,5% do salário-básico vigente do empregado, acrescido da gratificação de função e de caixa, e anuênios, com o limite máximo de R$ 250; e de 1,5% sobre o valor de PLR, com o limite máximo de R$ 200.
“A contribuição negocial é fundamental para que os sindicatos continuem organizando a luta dos trabalhadores e conquistando acordos com manutenção de direitos e avanços”, acrescenta Jair Alves.