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Em assembleia, bancários dizem não para a terceirização no Santander

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Arte alusiva a uma assembleia virtual, com dois trabalhadores votando não

Em assembleia virtual, realizada na terça-feira 11, bancários e bancárias de todo o país repudiaram o processo de terceirização de departamentos imposto pelo Santander. No recorte da base do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região, 98,16% dos trabalhadores que participaram da assembleia se disseram contra a terceirização; e 98,56% afirmaram que querem que o Sindicato dos Bancários continue a ser a sua entidade de representação sindical.

"O resultado da assembleia, que teve uma participação muito expressiva, mostra claramente que os trabalhadores do Santander estão atentos e cientes de todos os prejuízos acarretados por este processo de terceirização imposto pelo banco, e que reconhecem o Sindicato como a sua entidade de representação, valorizando a organização, conquistas e poder de mobilização do movimento sindical bancário"

Ana Marta Lima, dirigente do Sindicato e bancária do Santander

Santander intensifica terceirizações

No dia 3 de outubro, os cerca de 1,7 mil funcionários da área de manufatura passaram a ser transferidos para outra empresa do grupo Santander, com CNPJ diferente, chamada “SX Tools”. Os empregados do setor estão lotados em sua maioria no Radar, e estão sendo transferidos para o Conexão, onde vão prestar serviços para “SX Tools”.

Este processo de terceirização é idêntico ao imposto em outras áreas nos últimos dois anos, quando cerca de 9 mil trabalhadores deixaram de ser bancários dentro do Grupo Santander do Brasil. 

"Ao transferir trabalhadores para outras empresas do grupo, com CNPJs diferentes, o objetivo do Santander é retirar estas pessoas da categoria bancária e assim cortar custos e maximizar o lucro com a retirada de direitos e redução da remuneração dos funcionários, além de atacar o poder de organização e mobilização dos bancários". explica Ana Marta. 

A dirigente lembra ainda que a terceirização de áreas pelo Santander traz insegurança aos clientes do banco. "É preciso deixar claro que o cliente contrata os serviços do banco Santander, e espera que esta empresa se responsabilize pelo sigilo e segurança dos seus dados bancários. O cliente não contrata a SX Tools, a F1RST ou outra empresa terceirizada, e sim o Santander."

Mobilizações

O Sindicato promoveu protestos no Conexão Santander, Radar Santander e Torre Santander, nos dias 6, 7 e 8 de outubro, contra o avanço da terceirização no banco espanhol. 

"Vamos continuar lutando na defesa dos direitos e pela permanência na categoria bancária dos trabalhadores do Santander, um banco que em 2021 lucrou 16,347 bilhões no Brasil, o que corresponde a 26,9% do lucro global do grupo espanhol. Os bancários brasileiros, que construíram este resultado, exigem respeito", destaca a dirigente do Sindicato. 

"Além dos trabalhadores permanecerem unidos e mobilizados nesta luta contra a terceirização, é fundamental elegermos um candidato de fato comprometido com os interesses dos trabalhadores. Lembrando que a terceirização irrestrita é consequência direta da reforma trabalhista, implantada por Temer e aprofundada por Bolsonaro", conclui Ana Marta. 

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