As atividades do mês da Consciência Negra, realizadas pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região ao longo de novembro, foram encerradas na última sexta-feira 28, com debates importantes e um animado samba de noite.
O último dia de eventos começou com o seminário “Mulheres Negras na Tecnologia: da resistência à inovação”, que ocorreu no Auditório Azul, da sede do Sindicato (Rua São Bento, 413, Centro). O debate, por sua vez, marcou o encerramento da Feira Negritude Faz Arte, realizada no hall do Sindicato, entre os dias 24 e 28.
O seminário contou com a participação da presidenta do Sindicato, Neiva Ribeiro; com Andressa Freires, especialista em IA e ética em IA, fundadora do DiversiData e professora que lidera iniciativas de diversidade e contratação; com a técnica do Dieese, Rosângela Vieira, que apresentou um panorama sobre a ocupação de cargos e salários das mulheres negras nos bancos; e com a secretária de Estudos Sócio-econômicos do Sindicato, Ana Marta Lima, integrante do Coletivo de Combate ao Racismo.
Em sua apresentação, Ana Marta detalhou o projeto "Mais Mulheres na TI", que prevê 3 mil bolsas de estudo em TI para as mulheres, e é uma conquista da última Campanha Nacional dos Bancários, em 2024.
Após o seminário, houve a festa de encerramento com o grupo Juntos do Samba, no Café dos Bancários. O grupo foi fundado em 2017, em Santo André (SP), e busca manter viva a cultura ancestral por meio da música, apresentando shows com jongo, capoeira e maculelê, além de samba.
Programação intensa
Além do seminário, da Feira Negritude Faz Arte e do samba no Café, a programação do mês contou com a participação do Sindicato na Marcha da Consciência Negra, na Avenida Paulista, e na Marcha das Mulheres Negras, em Brasília. Além das iniciativas culturais e de mobilização, o Sindicato também esteve presente no Fórum Nacional pela Visibilidade Negra no Sistema Financeiro, que resultou na elaboração da Carta Compromisso pelo combate ao racismo no setor.
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A diretora executiva Ana Marta destaca que a programação de novembro reforça uma luta que é cotidiana para a categoria: ampliar a contratação de negros e negras e combater desigualdades estruturais dentro das instituições financeiras. “As estatísticas mostram que pessoas negras ainda são minoria nos bancos, especialmente nos cargos de liderança. E quando recortamos por gênero, o cenário é ainda mais grave: mulheres negras ganham muito menos que homens brancos que exercem funções equivalentes. É por isso que continuamos atuando para transformar essa realidade”, afirma.
“Com presença nas ruas, nos espaços de debate e na negociação coletiva, o Sindicato reafirma seu compromisso histórico com a promoção da igualdade racial e com a construção de um país verdadeiramente democrático e sem racismo”, completa a dirigente do Sindicato Susana Córdoba, coordenadora do Coletivo de Combate ao Racismo.
