Os cerca de 2 mil delegados e delegadas do 14º CONCUT elegeram, no final da tarde deste sábado 21, a nova diretoria da Central Única dos Trabalhadores (CUT) para os próximos 4 anos. Sérgio Nobre, do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, foi reeleito presidente da Central para o quadriênio 2023-2027.
A categoria bancária participa da direção: Juvandia Moreira, presidenta da Contraf-CUT, foi eleita para a vice-presidência; e Neiva Ribeiro, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região passa a integrar a nova direção da Central. Além disso, os bancários estão representados por Ari Aloraldo, à frente da Secretaria de Idosos, Marcelo Rodrigues, do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, Milton Rezende, o Miltinho, Antônio Firmino, dos bancários do Paraná e Rosalina Amorim, do Sindicato dos Bancários do Pará.
O 14º CONCUT, com o tema “Luta, Direitos e Democracia que Transformam Vidas”, iniciou na quinta-feira 19, teve debates na sexta-feira e encerra-se neste domingo 22, na capital paulista.
Os debates do 14º CONCUT foram abertos pela manhã com a mesa 5, que discutiu o eixo 2: “Protagonismo da CUT na reconstrução do Brasil, da democracia, dos direitos e da soberania”. A mesa teve como convidada a ministra da Mulher do governo Lula, Cida Gonçalves.
Cida ressaltou que, apesar da vitória do presidente Lula, o fascismo não foi derrotado no Brasil. “Ele está ai, nos grupos de whatsapp da família e nas ruas. Na violência enfrentada pelas nossas parlamentares mulheres de esquerda, no racismo, na violência contra a população LGBTQIA+. O Brasil não pode ser um país que aceita esse ódio contra mulheres, negros, indígenas. O Brasil da democracia não é esse. A questão do respeito tem que ser trazida para a pauta, e essa deve ser uma das resoluções deste Congresso.”
O coordenador técnico do Dieese Fausto Augusto Júnior foi o palestrante convidado da mesa 6, que debateu o eixo 3: “Intervenção da CUT na reconstrução do desenvolvimento econômico sustentável e combate à desigualdade”. Fausto destacou que a transição justa e o debate climático no Brasil passam por atender as enormes demandas sociais da população brasileira. Ele lembrou que no Brasil há 33 milhões passando fome, 10 milhões vivendo em área de risco, 100 milhões sem rede de esgoto e 1,2 milhão de crianças fora da escola.
“Precisamos fazer a transição de uma sociedade extremamente desigual para uma sociedade mais justa e igualitária. A questão ecológica passa pela questão do acesso à água, passa pelo acesso à terra com a reforma agrária, passa pela valorização do salário mínimo, pelo acesso à educação.” Ele destacou ainda que todas essas são pautas da classe trabalhadora e concluiu: “Ou seja, não existe desenvolvimento econômico sustentável nem democracia sem fortalecimento do movimento sindical brasileiro.”
Lideranças presentes
O deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP) foi uma das lideranças presentes no terceiro dia do CONCUT. Boulos destacou a parceria de luta com a CUT, falou da importância fundamental das Brigadas Digitais no enfrentamento da extrema direita no país e lembrou do desafio que serão as eleições de 2024. “Ano passado derrotamos o pior presidente da nossa história e reconduzimos Luiz Inácio Lula da Silva à presidência, um dos fundadores desta Central. Mas derrotamos Bolsonaro, não o bolsonarismo. E é essa mesma militância que elegeu Lula que tenho certeza que vai enfrentar o bolsonarismo nas urnas novamente no próximo ano.”
Outra liderança do Psol prestigiou o CONCUT: a também deputada federal por São Paulo Luiza Erundina. Em um breve discurso, a parlamentar lembrou a todos que a luta é constante: “Não dá para tirar férias da luta, ela é feita todos os dias.”
Ao final do dia, houve ainda as entregas do Prêmio CUT “Democracia e Liberdade Sempre” 2023 e foram homenageados os vencedores do Festival 40 anos de Arte e Cultura no Mundo do Trabalho.
