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CUT e Sindicato no mês da consciência negra

Linha fina
Central prepara série de eventos, como shows e mesas redondas, e bancários agendam cortejo no dia 21
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São Paulo – Shows, seminários, mesas redondas, lançamento de cartilhas, cortejos e manifestações fazem parte da programação da CUT (Central Única dos Trabalhadores) para este mês, quando se comemora, em 20 de novembro, o Dia Nacional da Consciência Negra.

A ideia, segundo a secretária nacional de Combate ao Racismo da Central, Maria Julia Nogueira, é promover o diálogo entre as estaduais da CUT e os sindicatos filiados em todo o país para que se consolidem atividades durante todo mês. Sempre no sentido de pensar ações para combater o preconceito e promover a inserção do negro na sociedade.

O Sindicato também terá sua programação, cujo ponto principal é o tradicional Cortejo Afro dos Bancários. O evento será no dia 21, com saída ao meio-dia da sede da entidade até a igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, no Largo do Paissandu, onde haverá benção.

Para o presidente da CUT, Vagner Freitas, a melhor forma de garantir a entrada do negro no mercado trabalho é estabelecer, nas convenções coletivas dos trabalhadores, cláusulas que garantam igualdade entre trabalhadores brancos e negros, homens e mulheres. “Temos que ter mais ações afirmativas. Há uma dificuldade dos sindicatos compreenderem a importância de inserir dentro das suas convenções coletivas e do debate sobre a negociação salarial, cláusulas que abordam a questão racial”, disse Vagner, durante ato da Central pela Igualdade Racial no Trabalho e na Vida, na terça 6, em São Paulo, que marcou a abertura oficial do mês da consciência negra na entidade sindical.

Eunice Léa de Moraes, representante da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), do governo federal, a luta deve ser balizada em dois aspectos estruturantes: racismo e sexismo. Para ela, é importante o fortalecimento da agenda de combate a "este alto índice de mortalidade das mulheres, da juventude negra e do preconceito e discriminação racial”.

CCT dos bancários – A luta por igualdade de oportunidades já faz parte da agenda dos bancários. O assunto é abordado em cláusulas específicas da CCT da categoria e discutido com periodicidade em mesas de negociação com os banqueiros.

A cláusula 47 estabelece uma comissão bipartite, com representantes dos trabalhadores e empregadores, que tem por objetivo desenvolver propostas contra medidas discriminatórias no ambiente de trabalho. É determinado também que essa comissão realize reuniões trimestrais. Na campanha deste ano, os bancários conquistaram a realização de um novo Censo da Diversidade, com o objetivo de averiguar a situação de negros, mulheres e pessoas com deficiência nas empresas, e comparar com o primeiro censo, realizado em 2008, para prever ações que reforcem igualdade de oportunidade para todos nos bancos.

Cargos e funções - Levantamento sobre a participação de negros nos níveis de funções das 500 maiores empresas brasileiras elaborado em 2010 pelo Instituto Ethos e Ibope dá um panorama do abismo que separa brancos dos negros no Brasil. Os trabalhadores negros ocupam 5,3% dos cargos executivos, 13,2% das gerências, 25,6% dos cargos de supervisão e 31,1% das ocupações no quadro funcional.

Outro levantamento, feito por em 2008 em quatro regiões metropolitanas do Brasil por um convênio entre o Dieese e a Fundação Seade, mostra que os trabalhadores negros apresentam índices percentuais maiores do que os de trabalhadores não negros somente em tarefas de execução, de apoio ou mal definidas.


Redação, com informações da CUT e Rede Brasil Atual - 7/11/2012
 

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