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CNBB rejeita projeto de privatização de presídios

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"A ineficiência do sistema prisional não pode levar à privatização. O ser humano jamais pode ter sua dignidade aviltada, pois lucro e pena não combinam", afirma nota da entidade sobre PL do Senado
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São Paulo – A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por meio do Conselho Episcopal Pastoral (Consep), divulgou na quinta-feira 26 nota em que rejeita o Projeto de Lei do Senado (PLS) 513/2011, que define normas para privatização de presídios, por meio de parcerias público-privadas (PPPs) para a construção e gestão de estabelecimentos penais.

“A ineficiência do sistema prisional não pode levar à privatização. O ser humano jamais pode ter sua dignidade aviltada, pois lucro e pena não combinam. Um sistema carcerário privatizado abre possibilidades para mais e maiores penas”, afirma a nota, produzida na quarta-feira 25 ao fim de dois dias de reunião do Consep em Brasília.

Segundo o Departamento Penitenciário Nacional, a população carcerária do Brasil ultrapassa 600 mil pessoas. “Percebem-se escassos sinais de melhoria que atendam à finalidade de reinserção social dos apenados. Ainda permanecem graves violações de direitos e garantias fundamentais”, afirma o conselho.

Com as superlotações, o atual sistema prisional, competência do Estado brasileiro, mostra-se falido e incapaz de cumprir suas finalidades institucionais. A nota também manifesta apoio ao posicionamento do Papa Francisco sobre o assunto.

O Papa diz que “é doloroso constatar sistemas penitenciários que não buscam curar as chagas, sarar as feridas, gerar novas oportunidades. (...). É sempre mais fácil encher os presídios do que ajudar a andar para frente quem errou na vida (...). Neste período de detenção, de modo particular, é necessária uma mão que ajude a reintegração social, desejada por todos: reclusos, famílias, funcionários, políticas sociais e educativas. Uma reintegração que beneficia e eleva o nível moral de todos”.


Rede Brasil Atual – 27/11/2015
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