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Rede Brasil Atual, com informações do coletivo Jornalistas Livres e do MTST
7/11/2016
São Paulo – Três ocupações simultâneas comandadas pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) ocorreram na madrugada de sábado 5, envolvendo aproximadamente 2 mil pessoas em um terreno na Cidade Tiradentes, na zona leste, outro no Capão Redondo, na zona sul, e um terceiro em Embu das Artes, Região Metropolitana de São Paulo.
Segundo o MTST, as ocupações são resultado da falta de alternativa de moradia, especialmente para famílias que pagam aluguel, por conta do aumento do desemprego e da paralisação do programa Minha Casa, Minha Vida. "Paralisar programas habitacionais e não dialogar com os movimentos só agravará a crise urbana e os conflitos sociais", afirma o movimento no Facebook.
O coordenador nacional do MTST, Guilherme Boulos, falou sobre a luta por moradia: “Com agravamento da crise, desemprego e arrocho salarial, o povo não tem mais como pagar aluguel. Junto a isso, há a paralisia do programa Minha Casa, Minha Vida e de qualquer outra política habitacional no país. Não resta outra alternativa a milhares de pessoas a não ser se juntar, se organizar e lutar por sua moradia digna.”
No Embu, 700 famílias entraram em terreno vazio de 50 mil metros quadrados. A área é herança de família e está qualificada como Zona Especial de Interesse Social (Zeis), ou seja, uma área demarcada para assentamentos habitacionais de população de baixa renda.
Boulos mandou um recado para o futuro prefeito de São Paulo, João Doria Jr., que após eleito avisou que não permitiria ocupações: “É uma ilusão achar que ocupação acaba porque um governo quer. Ocupação não é uma escolha. É resultado de uma falta de escolha”.
A renda média das famílias das ocupações define o perfil do déficit habitacional brasileiro. “São famílias que ganham de zero a três salários mínimos. Em geral, de zero a um salário mínimo, com emprego precário, por conta própria, sem registro”. Cerca de 70% das famílias das ocupações estão nesse contexto.
Em assembleia realizada pela coordenadora do MTST Natália Szermeta, em um terreno privado no Capão Redondo, surgiu uma nova ocupação, com cerca de 600 pessoas.
O coletivo Jornalistas Livres postou um vídeo (clique aqui) com imagens da assembleia e do momento que Natália declara a área como ocupada (foto) e explica que depois de a polícia fazer a ocorrência o que define o futuro do lugar é a luta de quem quer aquele chão. “Só podem nos tirar daqui com uma ordem judicial. Os policiais vieram e verificaram que aqui tem pai de família, mãe de família, não é uma baderna, certo? Vamos evitar gritaria e perturbação porque nós não viemos para atrapalhar a vida da comunidade. Nós somos parte dessa comunidade e vamos cuidar dessa comunidade também.”
As pessoas ouvem a líder em silêncio. Natália pede ordem e lembra que todos estão ali por um sonho. “Mas temos que estar atentos, não ficar na rua circulando sozinho. Vamos ficar todos juntos demostrando nossa força, coragem e nosso objetivo. Não podemos vacilar. Agora a gente entra no terreno, espera o dia amanhecer para fazer outra assembleia e decidir como será a luta nos próximos dias.” Assim o sonho está plantado."
7/11/2016
São Paulo – Três ocupações simultâneas comandadas pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) ocorreram na madrugada de sábado 5, envolvendo aproximadamente 2 mil pessoas em um terreno na Cidade Tiradentes, na zona leste, outro no Capão Redondo, na zona sul, e um terceiro em Embu das Artes, Região Metropolitana de São Paulo.
Segundo o MTST, as ocupações são resultado da falta de alternativa de moradia, especialmente para famílias que pagam aluguel, por conta do aumento do desemprego e da paralisação do programa Minha Casa, Minha Vida. "Paralisar programas habitacionais e não dialogar com os movimentos só agravará a crise urbana e os conflitos sociais", afirma o movimento no Facebook.
O coordenador nacional do MTST, Guilherme Boulos, falou sobre a luta por moradia: “Com agravamento da crise, desemprego e arrocho salarial, o povo não tem mais como pagar aluguel. Junto a isso, há a paralisia do programa Minha Casa, Minha Vida e de qualquer outra política habitacional no país. Não resta outra alternativa a milhares de pessoas a não ser se juntar, se organizar e lutar por sua moradia digna.”
No Embu, 700 famílias entraram em terreno vazio de 50 mil metros quadrados. A área é herança de família e está qualificada como Zona Especial de Interesse Social (Zeis), ou seja, uma área demarcada para assentamentos habitacionais de população de baixa renda.
Boulos mandou um recado para o futuro prefeito de São Paulo, João Doria Jr., que após eleito avisou que não permitiria ocupações: “É uma ilusão achar que ocupação acaba porque um governo quer. Ocupação não é uma escolha. É resultado de uma falta de escolha”.
A renda média das famílias das ocupações define o perfil do déficit habitacional brasileiro. “São famílias que ganham de zero a três salários mínimos. Em geral, de zero a um salário mínimo, com emprego precário, por conta própria, sem registro”. Cerca de 70% das famílias das ocupações estão nesse contexto.
Em assembleia realizada pela coordenadora do MTST Natália Szermeta, em um terreno privado no Capão Redondo, surgiu uma nova ocupação, com cerca de 600 pessoas.
O coletivo Jornalistas Livres postou um vídeo (clique aqui) com imagens da assembleia e do momento que Natália declara a área como ocupada (foto) e explica que depois de a polícia fazer a ocorrência o que define o futuro do lugar é a luta de quem quer aquele chão. “Só podem nos tirar daqui com uma ordem judicial. Os policiais vieram e verificaram que aqui tem pai de família, mãe de família, não é uma baderna, certo? Vamos evitar gritaria e perturbação porque nós não viemos para atrapalhar a vida da comunidade. Nós somos parte dessa comunidade e vamos cuidar dessa comunidade também.”
As pessoas ouvem a líder em silêncio. Natália pede ordem e lembra que todos estão ali por um sonho. “Mas temos que estar atentos, não ficar na rua circulando sozinho. Vamos ficar todos juntos demostrando nossa força, coragem e nosso objetivo. Não podemos vacilar. Agora a gente entra no terreno, espera o dia amanhecer para fazer outra assembleia e decidir como será a luta nos próximos dias.” Assim o sonho está plantado."