![Com recessão e extinção de políticas sociais, parcela de pessoas pobres, que vinha caindo nos últimos anos, voltou a subir Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil](/sites/default/files/styles/max_1300x1300/public/destaques/pobreza_no_brasil.jpg?itok=XCibB7Q_)
São Paulo – "Temos uma longa tarefa na economia brasileira de conduzir o crescimento econômico, com melhor distribuição de renda e melhoria de salários", disse o diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, à Rádio Brasil Atual, ao analisar estudo do Banco Mundial, que mostra 45,5 milhões de brasileiros vivendo abaixo da linha da pobreza. A reportagem é da Rede Brasil Atual.
A parcela de pessoas pobres vinha caindo nas últimas décadas, mas com a recessão o número voltou a subir em 2015. Quase 22% vivem com uma média de R$ 500 ao mês. "Sob a linha de US$ 1,90 por dia a fatia da pobreza correspondia a 3,7% em 2014 e subiu para 4,3% no ano seguinte. Quando a régua sobe para US$ 5,50 diários, a parcela de brasileiros abaixo da linha vai a 20,4% em 2014, crescendo para 22,1% em 2015", diz o estudo.
Outro estudo, da ONG Oxfam Brasil, divulgado no final de setembro, também apontou a desigualdade social e o aumento da concentração de renda no país.
Clemente contesta afirmação do presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Ives Gandra da Silva Martins Filho, que em entrevista à Folha de S.Paulo, defende flexibilização de direitos sociais a pretexto de se criarem empregos. Para o diretor do Dieese, o argumento de Gandra é um dos motivos para a elevação da pobreza no Brasil.
"Ao reduzir direitos, você precariza o trabalho, reduz salário e as empresas contratam mais, porém trabalhadores precarizados. Empregos precários não dão dinâmica à econômica", afirma o especialista.
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