São Paulo – A cada 23 minutos, um jovem negro é morto, no Brasil, e de cada dez pessoas assassinadas, no país, sete são negras. Eles representam 54% da população, mas respondem por 77% das vítimas da violência. Para chamar a atenção para o problema, a ONU Brasil lançou na terça-feira 7, em Brasília, a campanha Vidas Negras. A reportagem é da Rede Brasil Atual.
A campanha também faz parte da Década Internacional de Afrodescendentes e marca o Mês da Consciência Negra. São vídeos que abordam diferentes faces do racismo, como, por exemplo, o tratamento desigual de pessoas negras em espaços públicos, o vazio nas famílias deixado pelos jovens assassinados e comunidades e a discriminação durante abordagens policiais.
"É um esforço para chamar a atenção para esses fatos e impulsionar um compromisso de diversos atores, sensibilizar homens e mulheres em papéis de tomada de decisão, sensibilizar a opinião pública e realmente ajudar a construir uma nova imagem", diz Ana Cláudia Pereira, do programa Fundo de População (UNFPA), da ONU, à repórter Michelle Gomes, da TVT.
Enquanto a taxa de homicídios para não negros caiu 12%, entre 2005 e 2015, para os negros, houve aumento de 18%, no mesmo período. "A população negra, historicamente, sofre um genocídio. Desse ponto de vista, a consciência humana que está estabelecida na sociedade não nos entende como seres humanos, ou pelo menos como seres humanos que deveriam permanecer vivos", ressalta a integrante da Frente Alternativa Preta Adriana Barbosa.
Os vídeos e mensagens que forem compartilhados no Twitter com as hashtags #ConsciênciaNegra e #VidasNegras durante o mês de novembro serão publicados com um emoji especial com um punho negro cerrado nas postagens.