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Chapéu
Luta

Transporte adere à greve contra reforma da Previdência

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Mobilização de trabalhadores será 5 de dezembro e contará com apoio de diversos setores ligados ao transporte público. Decisão foi tomada em reunião de representantes de trabalhadores, realizada na terça-feira
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Foto: Roberto Parizotti/CUT

São Paulo – O ramo dos transportes filiado à Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística da CUT (CNTTL) vai aderir à greve nacional em Defesa da Previdência e dos direitos http://spbancarios.com.br/11/2017/dia-5-todos-na-luta-reaja-ou-morra-trabalhando, convocada pelas centrais sindicais para a terça-feira 5. Em reunião realizada na terça-feira 28, na sede da Federação dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de São Paulo (FTTRESP), filiada à Nova Central, dirigentes da CNTTL e dos sindicatos rodoviários de Sorocaba, condutores de São Paulo, Guarulhos, Vale do Ribeira, ferroviários e metroviários alinharam estratégias de organização e debateram a necessidade de unificar as paralisações e os atos públicos que serão realizados pelas centrais no dia 5. A reportagem é da Rede Brasil Atual.

“Tiramos como encaminhamento que faremos um documento que será entregue ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, reafirmando a nossa posição em favor da paralisação contra a reforma da Previdência e em defesa dos direitos”, disse o vice-presidente da CNTTL e diretor da executiva nacional da CUT, o portuário capixaba Eduardo Lírio Guterra. 

Segundo o sindicalista, a orientação é que todos os modais de transportes das centrais sindicais tenham uma interação e façam uma grande paralisação nas suas bases, e depois participem dos atos públicos nas capitais. 

“O transporte tem um papel preponderante em qualquer luta em defesa da nossa classe social, ainda mais sendo um tema tão importante, que é a Previdência Social, que mexe com a vida de todo povo brasileiro. Nós do ramo do transporte da CUT daremos a nossa mensagem à sociedade brasileira neste dia 5”, frisa Guterra.

A nova proposta de desmonte da Previdência Social apresentada pelo governo  Michel Temer (PMDB-SP) e que deve ser votada no dia 6 de dezembro, é ainda mais perversa do que a anterior, afirmam os sindicalistas. Eles acrescentam que, ao contrário da propaganda do governo, não corta privilégios, como as altas aposentadorias dos parlamentares, ataca apenas a classe trabalhadora que terá de trabalhar mais, ganhar menos e, se quiser receber o valor integral da aposentadoria, contribuir durante 40 anos, sem ficar nenhum período desempregado.

Para o presidente da CUT, Vagner Freitas, o desmonte da Previdência agrava ainda mais a situação dos trabalhadores que já foram duramente atacados com o desmonte da CLT. “A reforma trabalhista legalizou o bico e muitos trabalhadores perderam os direitos e, em muitos casos, receberão menos do que um salário mínimo. Se já estava quase impossível contribuir para se aposentar, imagine com essa nova proposta de reforma da Previdência”, diz.

> Assine projeto de lei pela anulação da reforma trabalhista

Prejuízos – A nova proposta vai diminuir o valor a ser pago aos trabalhadores em praticamente todas as faixas. Mesmo quem conseguir atingir a idade mínima imposta na nova proposta, mas contribuir, por exemplo, apenas 15 anos, que é o tempo mínimo exigido, vai receber apenas um benefício parcial, de apenas 60% da média de todas as suas contribuições.

Já a possibilidade de se aposentar por tempo de contribuição – hoje correspondente a cerca de 5,4 milhões dos benefícios concedidos – não será mais possível, caso a nova proposta de Temer para a Previdência seja aprovada pelo Congresso Nacional. Após o período de transição previsto no projeto, que vai de 2018 a 2042, apenas quem atingir a idade mínima – 65 anos, homem, e 62, mulher – conseguirá se aposentar no Brasil.

E só terá direito à aposentadoria integral (benefício de 100% da média de todas as contribuições, sem descontos) se, além de atingir a idade mínima, completar 40 anos de contribuição.

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