O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e a Apcef/SP enviaram ofício à direção da Caixa cobrando a suspensão imediata de um abaixo-assinado criado na unidade e usado pela gestão para coagir empregados a negarem denúncias de assédio moral na Gigad/SP.
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Após o Sindicato expor os abusos da gestão, passou a circular na área uma coleta de assinaturas contra as reclamações dos empregados.
A divulgação dos casos de assédio moral foi feita após apuração criteriosa com bancários da unidade. Eles descreveram um ambiente de trabalho que não é saudável.
A médica pesquisadora da Fundacentro Maria Maeno ressalta que os abaixo assinados fazem parte da democracia, mas no ambiente profissional, essa prática requer cuidado e atenção, pois pode caracterizar uma situação de imposição hierárquica, ou seja, uso da relação de subordinação entre empregado e empresa, para fins que não dizem respeito às atribuições do trabalho.
“Passar abaixo-assinados horizontalmente, sobre temas aleatórios, aos quais a adesão seja voluntária, deve ser considerado direito de cidadania. Mas abaixo-assinados liderados por representantes de uma empresa sobre temas referentes à gestão ou conflitos referentes a ela podem ser caracterizados como abuso de poder”, opina Maeno, que é coordenadora do Programa Organização, Gestão do Trabalho e Adoecimento da Fundacentro, órgão ligado ao Ministério do Trabalho.
Mobilização dos empregados evitou extinção da Girec (atual Gigad)
As denúncias de assédio moral são o mais recente episódio envolvendo a Gigad/SP. A área – então chamada Girec – quase foi extinta em uma reestruturação promovida pelo banco em 2016, mas foi mantida após intensa mobilização dos empregados ao lado do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e da Apcef/SP.
Em face do anúncio de acabar com o departamento, representantes dos trabalhadores reuniram-se com a gestão do banco para cobrar esclarecimentos sobre a reestruturação e reivindicar a manutenção da Girec. Em dia nacional de luta sindicato paralisou junto com os empregados toda a Girec e outras áreas no prédio que abriga o setor.
A mobilização deu resultado. As Girecs foram mantidas, vinculadas a Vicli e, em São Paulo, passou se chamar Gigad-SP. Agora a área volta a ser motivo de atenção em face do assédio moral.
Histórico de apurações confirma assédio moral
Nesse novembro, em reunião com a Gipes/SP (Gestão de Pessoas), os representantes dos trabalhadores relembraram o processo histórico de apuração de denúncias de assédio da atual gestão.
O resultado de uma pesquisa realizada em fevereiro por uma “consultoria” contratada pela própria gestão da Caixa apontou que os empregados esperam melhorias da gestão.
Após apuração do Sindicato e da Apcef/SP, cujo resultado foi encaminhado ao banco, a Gipes/SP procedeu levantamento por pesquisa de clima individual e anônima no meio do ano.
A gestão de pessoas também se reuniu com o comitê de clima, junto com integrantes da gestão. E em ambos os métodos a gestão de pessoas da Caixa reconheceu e identificou problemas, e orientou a gestão da área.
Agora, por causa da reincidência dos problemas manifestados na Gigad, o Sindicato e a Apcef/SP enviaram ofício à área e convocaram reunião com a Gigad/SP a fim de buscar o fim dos abusos e a melhoria das condições de trabalho.
Uma reunião será realizada na quinta-feira 29. A expectativa dos representantes dos trabalhadores é que os problemas sejam solucionados.
“Cobramos o fim da prática e a suspensão imediata desse abaixo assinado que afronta os trabalhadores. Os empregados devem continuar se organizando e se manter mobilizados junto com o Sindicato por melhores condições de trabalho e pela garantia dos direitos. As entidades representativas dos trabalhadores vão promover mais atos caso o ambiente profissional daquele setor não apresente melhorias”, afirma Dionísio Reis, coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa).
Denúncias de assédio moral podem ser feitas ao Sindicato por meio do nosso canal específico, pelo 3188-5200 ou enviando WhatsApp pelo (11) 97593-7749. O sigilo do denunciante é absoluto.
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