A taxa de ocupação de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) destinadas ao atendimento de pacientes com covid-19, na Grande São Paulo, teve crescimento de 12,5% entre a quinta-feira 5 e a quinta-feira 12, segundo dados do governo João Doria (PSDB). Há sete dias, a ocupação de UTI era de 40%, e nesta quinta-feira era de 45%. Na quarta-feira 11, a região registrou o maior número de novas internações desde 30 de setembro: 677. Além disso, considerando apenas a rede privada da capital paulista, a taxa de ocupação está em 65%. Considerando todo o estado de São Paulo, também houve aumento na taxa de ocupação de UTI, de 39% para 41%. A matéria é da Rede Brasil Atual.
Os dados do Boletim Coronavírus mostram comportamento preocupante da média móvel de novas internações na região metropolitana, anterior ao aumento da taxa de ocupação de UTI para casos de covid-19. Após chegar ao menor patamar em 17 de outubro (499), a média voltou a subir, chegando a 546 em 31 de outubro. A média caiu novamente para 499 em 6 de novembro, mas retomou a curva ascendente, chegando a 559 ontem.
Apesar disso, Doria e o prefeito da capital paulista e candidato à reeleição, Bruno Covas, também do PSDB, continuam afirmando que a pandemia está sob controle e que o aumento da ocupação de UTI por casos de covid-19 se deve ao fato de que o número total de leitos foi reduzido, o que garantiria uma margem para ampliar os leitos se houver necessidade. “Também é preciso considerar que muitas pessoas vêm de outros estados para se tratar em São Paulo, que tem os melhores hospitais do país”, ressaltou o governador.
Aumentou mesmo
Na semana passada, a Rede Brasil Atual mostrou que o número de pessoas internadas com casos de covid-19 na capital paulista tinha crescido 48,7% – com 368 pessoas internadas –, depois de atingir o mais baixo patamar de internações da pandemia, em 18 de outubro (228).
Para o médico sanitarista e ex-ministro da Saúde Arthur Chioro, a situação é preocupante. “Há uma percepção entre vários diretores de hospitais de referência de que aumentou mesmo. A manutenção da tendência de queda não se deu. No mínimo, a epidemia está assumindo um novo patamar de casos, em platô mais baixo, mas persistente”, avaliou.
Além da preocupação com a ocupação de UTI por casos de covid-19, também são preocupantes os dados recentes de mortes pela doença. Após registrar sucessivas semanas de queda, a cidade de São Paulo chegou ao menor patamar na semana de 19 a 25 outubro: 96 óbitos. No entanto, a semana seguinte, 26 de outubro a 1º de novembro, teve aumento de novas mortes: 104.
Na semana de 2 a 8 de novembro, uma pane no sistema do Ministério da Saúde impediu a extração de dados por alguns dias, o que interferiu na contagem. No entanto, os dados apontam 99 mortes, número que ainda deve subir conforme o sistema for sendo normalizado.