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Chapéu
Desrespeito

Após aquisição, XP “dá de ombros” para direitos dos trabalhadores egressos do Banco Modal

Imagem Destaque
Homem de terno, com feição séria, contemplando o horizonte a partir da janela de um prédio

O calvário dos trabalhadores do Banco Modal, adquirido em julho pela XP, continua. Os empregados que migraram do banco para a XP Corretora já enfrentam inúmeros desrespeitos aos seus direitos.

Desvinculados da categoria bancária após migrarem para a XP Corretora, os trabalhadores já tiveram imediatamente a redução em direitos como vale-alimentação, vale-refeição, auxílio creche, 13ª cesta alimentação, percentual diferenciado para o desconto do vale transporte, PLR, entre outros.

Além disso, os relatos dão conta de que na XP Corretora ocorre sobrecarga de trabalho, empregados não batem ponto, e não recebem o devido pelas horas extras realizadas.

Ambiente tóxico

“Desde que migrei para a XP, eu senti que poderia estar numa cilada. Já dentro da estrutura isso ficou evidente. Uma estrutura extremamente tóxica. Começo meu dia 9h da manhã, no entanto os líderes fazem questão de marcar reuniões, cerca de duas vezes por semana, sempre após 18h, 19h. E você que se vire. Porém, não existe sistema de ponto. Fora as mensagens que chegam até meia noite”, relatou um trabalhador que migrou do Banco Modal para a XP.

Ele também relata outros problemas como o acionamento de funcionários durante as férias; marcação de férias para um período, mas com o empregado usufruindo em outro; lideranças que, ao invés de validar queixas dos trabalhadores quanto aos abusos, preocupam-se em descobrir quem está reclamando; desvios de função; sobrecarga de trabalho; comunicação confusa, com múltiplas diretrizes; assédio moral; entre outras questões.

De acordo com o trabalhador, que já não sente mais qualquer vontade de permanecer na XP, a empresa promete compensação financeira, principalmente na PLR, após um período de experiência - no qual o empregado tem de trabalhar “feito um louco”, submetido a todo tipo de abuso – sem qualquer garantia de que de fato a promessa se concretizará.

PLR

Outro grave desrespeito aos direitos é o fato de parte destes trabalhadores, ativos e desligados, não terem recebido a segunda parcela da PLR referente ao exercício de 2022, no qual o Banco Modal teve lucro, que deveria ter sido creditada em fevereiro de 2023.

Quanto a PLR referente ao exercício de 2023, o fato da o Banco Modal não ter registrado lucro desobriga o pagamento.

Pouco caso

Ao ser procurada pelo Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região, a XP não deu respostas concretas sobre nenhum dos pontos denunciados pelos trabalhadores.

Apenas justificou que essa transferência para outra categoria acarretaria condições diferentes aos seus empregados. Nada disse sobre o não pagamento da PLR e das horas extras, “dando de ombros” para os direitos dos trabalhadores.

Afirmou ainda que essas movimentações trarão, no futuro, melhores oportunidades para o empregado na empresa. Uma espécie de compensação para as eventuais perdas do momento. O famoso "quem viver, verá".

A impressão dos representantes do Sindicato é de que a XP, com a sua atual postura, pretende silenciar as queixas de seus trabalhadores com propostas sem qualquer garantia. Uma forma de não pagarem o devido aos funcionários.

Procure o Sindicato

O Sindicato orienta os empregados egressos do Banco Modal, lesados em seus direitos pela XP, que procurem a entidade para que sejam estudadas as medidas judiciais cabíveis em cada caso.

O Sindicato recentemente aperfeiçoou seu Canal de Denúncias, que garante total sigilo e retorno efetivo para cada caso. O bancário pode também entrar em contato por meio da Central de Atendimento remota, por chate-mail e WhatsApp, ou ainda pelo telefone 3188-5200. 

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