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Estudantes reclamam de truculência da PM

Linha fina
Polícia apreende cinco alunos durante protesto na Avenida Doutor Arnaldo contra o fechamento de 93 escolas pelo governo Alckmin
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São Paulo – Os alunos que protestaram na manhã desta quarta-feira 2 na Avenida Doutor Arnaldo, zona oeste da capital paulista, reclamaram da truculência da Polícia Militar (PM), durante o ato. A manifestação é contra a reorganização escolar que levará ao fechamento de 93 unidades de ensino.

Cinco pessoas foram levadas ao 23º Distrito Policial, na Pompeia. De acordo com o tenente da PM Diego Marcel Fernandes Dias, a maioria dos 80 manifestantes aceitou liberar a via. “O problema é que tinham alguns que não aceitaram as ordens e foram se jogando pra cima dos carros, resistiram à ordem de liberar pelo menos uma das faixas”, declarou.

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O tenente nega que tenha havido confronto e truculência. “O protesto pacífico sempre é permitido, desde que seja previamente avisado ou que não bloqueie totalmente a via”, disse o tenente.


Os estudantes, por sua vez, disseram que a policia agiu de forma violenta. “A gente estava muito pacífico, muito tranquilo. Os policiais vieram e pegaram a cadeira que a gente estava sentado. Depois foi piorando porque ninguém queria sair. Falaram que não podia bloquear tudo”, disse Willian Dias de Andrade Silva, estudante da Escola Romeu de Moraes.

Segundo os alunos, quando um contingente maior de policiais chegou, partiu para a agressão com cacetetes.

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Depredação – Estudantes também disseram que policiais à paisana têm depredado escolas para culpar os manifestantes. “Isso é um erro. Só fazem isso nas escolas de periferia. Não tem que fechar escolas”, disse William.


Ariel de Castro, advogado de direitos humanos, também denunciou a ação de policiais. “Temos isso todos os dias e ontem [terça-feira 1º] tivemos na escola da Bela Vista, policias fardados ou à paisana para intimidar sem qualquer ordem judicial. Temos relatos de policias que promovem os danos ao patrimônio para depois culpabilizar os estudantes”, declarou.


A Agência Brasil entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública a respeito das denúncia, mas o órgão ainda não se manifestou.

Mais truculência – Desde segunda-feira 30, estudantes denunciam que investidas truculentas contra as ocupações têm ganhado força, por parte da Polícia Militar e dos chamados “provocadores”, supostos pais e diretores que criam confusão nos prédios, para justificar a entrada da PM nas escolas. Um grupo de cinco desembargadores do Tribunal de Justiça de São Paulo proibiu, em reunião no dia 23 de novembro, que fossem realizadas reintegrações de posse em escolas da capital paulista.

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Na terça 1º, o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) denunciou que um policial disparou tiros de madrugada contra a escola estadual Joaquim Adolfo, em Interlagos, enquanto o prédio era ocupado. Em Osasco, a escola Coronel Sampaio foi invadida, saqueada e incendiada. A PM, que estava nas imediações, nada fez e ainda lançou bombas de gás lacrimogêneo contra os estudantes, deixando dois feridos.


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Na manhã de terça 1º, estudantes fizeram manifestação na zona sul de São Paulo, próximo da Ponte João Dias, e duas pessoas foram detidas. Há relatos também de abusos policiais nas escolas Maria José, na Bela Vista, Octávio Mendes, em Santana, República do Suriname, na zona leste. Na segunda 30, PMs entraram uma escola no extremo sul da capital e um aluno foi levado para a delegacia. Em Pinheiros, na zona oeste da capital, policiais agiram com truculência contra estudantes que realizaram um ato. Na zona norte, estudantes têm sofrido intimidações.

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Redação com Agência Brasil e Rede Brasil Atual – 2/12/2015

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