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Movimentos manifestam apoio a estudantes

Linha fina
Coletivos, sindicatos, pastorais, acadêmicos e movimentos sociais participaram de ato público em apoio à luta contra reorganização do ensino
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São Paulo – Representantes de organizações, coletivos, sindicatos, pastorais sociais e institutos de pesquisa participaram na quarta-feira 2 de um ato público contra projeto de “reorganização” do ensino feito pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), que irá fechar pelo menos 93 escolas e transferir compulsoriamente 311 mil estudantes.

“As pessoas questionam por que o movimento sem-teto está envolvido na luta. Ora a pergunta não é porque o movimento social apoia, mas por que outros setores não estão apoiando? A educação é uma demanda do conjunto da sociedade e deveria ser um compromisso de todos os que pensam no futuro do Brasil”, disse coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, Guilherme Boulos. “O governo Alckmin deveria deixar claro que essa política não passa por motivações pedagógicas. É um corte de verba, uma faceta do ajuste fiscal no estado, que vai levar ao fechamento de escolas e à superlotação de salas de aula.”

A presidenta do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Maria Izabel Noronha, a Bebel, afirmou que tem encontrado com pessoas que se manifestam contra o fechamento de escolas, mas que criticam o fato de movimentos sociais estarem participando da mobilização. “E as crianças das ocupações, os filhos dos trabalhadores, estudam onde?”, questionou. “É excelente que o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), o MTST e todos os movimentos sociais estejam debatendo educação.”

O ato reuniu pelo menos 200 pessoas na sede do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, no centro da capital paulista, entre apoiadores, estudantes e representantes de organizações sociais. Estiveram presentes entidades como a Pastoral Operária, a Faculdade de Educação da USP, a União Nacional dos Estudantes (UNE), o grupo Tortura Nunca Mais, o coletivo de estudos de mídia Barão de Itararé, o Comitê Contra o Genocídio da População Negra, o Levante Popular da Juventude, o Movimento Nacional de Direitos Humanos e a União Municipal dos Estudantes Secundaristas (Umes).

“O movimento dos estudantes nos escancara uma série de outras questões contra as quais lutar. Uma delas é a criminalização de quem luta, principalmente dos pobres e negros”, disse o coordenador nacional do MST, Gilmar Mauro. “A educação no Brasil sempre foi um privilégio de quem tem dinheiro e agora ela avança na perspectiva de um direito. É um grande momento, em que o campo e a cidade podem discutir que tipo de educação queremos, não só para São Paulo, mas para o Brasil.”

A "reorganização" escolar, criada por Alckmin sem um diálogo prévio com a comunidade escolar, desencadeou a ocupação de 213 escolas, segundo levantamento da Apeoesp divulgado na quarta-feira 2, além de uma série de protestos. Na quarta-feira cinco estudantes foram presos durante um ato no centro de São Paulo duramente reprimido pela polícia militar.

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Rede Brasil Atual, com edição da Redação – 3/12/2015

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