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Secretário diz que PM não cometeu excessos

Linha fina
Para titular da pasta de Segurança Pública do governo Alckmin reação da polícia a protestos contra o fechamento de escolas foi legítima
Imagem Destaque
São Paulo – O secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Alexandre de Moraes, disse que a atuação da Polícia Militar (PM) para conter os estudantes que se manifestavam, na terça 1º e nesta quarta 2, em algumas vias da capital foi legítima e não houve excesso das autoridades. Os alunos protestavam contra a reorganização escolar, determinada pelo governo estadual, que fechará 93 unidades de ensino em todo o estado e afetará 311 mil estudantes. O objetivo é separar as escolas por ciclos, entre anos iniciais e finais do ensino fundamental e do médio.

Moraes justificou as ações policiais que resultaram na detenção de cinco manifestantes na quarta-feira 2 e de quatro na tarde de terça-feira 1º. Segundo ele, os alunos se negaram a cumprir o que determina a Constituição e desobstruir as ruas. “As manifestações aconteceram com 20 a 40 alunos que se negaram a realizar o que a Constituição determina que é a livre manifestação e passeatas, desde que haja comunicação prévia, exatamente para que o poder público possa garantir a segurança dos manifestantes e dos demais”.

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Ele reforçou que a Secretaria de Segurança Pública não vai permitir a obstrução das ruas da cidade, atrapalhando o direito de outras pessoas se locomoverem. “Não é possível que 30 ou 40 pessoas obstruam toda uma cidade. Deve sempre se deixar uma ou duas faixas livres. Como hoje [dia 2], por exemplo, em uma região de hospitais, 30 alunos se negaram a deixar uma faixa livre”.

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Na manhã de quarta 2 um grupo de alunos interditou as quatro faixas da Avenida Dr. Arnaldo, no sentido centro, região de acesso para o complexo do Hospital das Clínicas.

Segundo Moraes, a secretaria tem as gravações das manifestações e das ações policiais, além da transmissão ao vivo de duas emissoras de televisão. “Quem assistiu hoje [dia 2] viu que a polícia agiu na legalidade. É essa a indicação. A polícia fica mais de uma hora negociando com os manifestantes para que eles desobstruam a via e se eles se negam não é possível que poucas pessoas atrapalhem milhões de pessoas que estão indo trabalhar, estudar, que chutem e batam cadeiras nos carros. Isso é baderna e crime”, disse.

Ao ser questionado sobre fotografias em que policiais aparecem apontando armas para os estudantes, o secretário respondeu que as fotos pegam um determinado momento dos acontecimentos e não todo o decorrer dos fatos. “Se nós constatarmos abuso de policiais, os abusos serão investigados e coibidos. A conduta da Polícia Militar, tanto ontem [dia 1º] quanto hoje [dia 2], foi dentro da legalidade. Não haverá nenhuma agressão gratuita. Se algum policial exagerar ele será punido”.

Sobre o caso da Escola Coronel Antônio Paiva de Sampaio (Osasco), depredada no último dia 30, o secretário disse que a perícia foi feita no mesmo dia e a autoria da destruição foi de uma das pessoas que ocuparam a unidade nos dias anteriores. Ele contestou a acusação de estudantes de que policiais estariam envolvidos na depredação para colocar a culpa nos ocupantes.

“Precisamos verificar se são estudantes ou pessoas infiltradas no movimento. Nós temos, em várias escolas, a presença do [Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo] Apeosp e de pessoas do [Movimento dos Trabalhadores Sem Teto] MTST. Então eu não posso afirmar que foram estudantes. O que eu posso afirmar é que foram ocupantes das escolas que fizeram isso”.


Agência Brasil – 2/12/2015
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