São Paulo – O Sindicato fechou a agência do Santander situada na Praça Jácomo Zanella, na Água Branca, em protesto contra a falta de funcionários. A unidade, que operava com apenas três gerentes e nenhum caixa, ficou fechada do meio dia às 14 horas de segunda-feira 18.
O número reduzido de funcionários os obriga a almoçar muito tarde para dar conta do atendimento. “Nos dias e horários de pico, a situação é insuportável. Trabalhadores têm que cumprir muitas horas extras e o atendimento ao público é bastante prejudicado”, afirma a dirigente sindical e bancária do Santander Lucimara Malaquias, responsável pela interdição da agência.
“Esse cenário de sobrecarga de trabalho intensa pode adoecer os trabalhadores, que são obrigados a se desdobrar para executar várias funções diferentes a fim de bater as metas impostas pelo banco”, alerta a dirigente.
Após o protesto, o banco direcionou um caixa para a unidade. Outro caixa está em processo de contratação, previsto para começar no dia 2 de janeiro. A gerente, que estava em trabalho externo, voltará para a agência.
“O Sindicato acompanhará de perto essa agência até que essas contratações sejam efetivadas”, afirma Lucimara.
Sobrecagra comprovada – A sobrecarga de trabalho e consequente aumento da lucratividade podem ser comprovados pelo balanço do Santander. Em setembro de 2016, o banco espanhol tinha 764,7 clientes para cada empregado. Um ano depois, essa relação aumentou para um bancário a cada 833,43 clientes, crescimento de 9%.
O lucro líquido por empregado aumentou de R$ 111.402,63, em setembro de 2016, para RS 154.421,86 em setembro deste ano. Crescimento de 38,6%. A receita de tarifas por empregado aumentou de R$ 205.234,22 para R$ 243.868,67 no mesmo período. Crescimento de 18,8%.
As receitas provenientes de prestação de serviços e tarifas cobradas dos 38,8 milhões de clientes obteve crescimento de 15,4%, somando em nove meses R$ 11,372 bilhões. Somente com essa receita, o banco paga toda a despesa de pessoal e ainda sobram R$ 4,6 bilhões.
Mesmo tendo lucrado R$ 7,2 bilhões apenas nos nove primeiros meses de 2017 (resultado 34,6% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado), o banco continua reduzindo seu quadro de funcionários no país: em doze meses iniciados em setembro de 2016 foram eliminados 1.392 postos de trabalho, totalizando 46.632 funcionários no terceiro trimestres de 2017.
“O banco promove show de Ivete Sangalo para os seus funcionários, com muita espetacularização, mas reduz cada vez mais seu quadro de empregados com a demissão inclusive de trabalhadores doentes, grávidas, ou próximos de se aposentar, enquanto planeja um lucro de R$ 12 bilhões para 2018 à custa da exploração de pais e mães de família”, critica Lucimara.