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Chapéu
Desrespeito!

Descomissionamento arbitrário “bomba” no BB

Linha fina
Na última quarta-feira 29, foram descomissionados 50 gestores. Banco alega baixo desempenho, mas a maior parte dos atingidos apresenta bons resultados no Radar; Sindicato cobra critérios claros e objetivos
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Foto: Seeb-SP

São Paulo - Na última quarta-feira 29, o Banco do Brasil fez um descomissionamento de 50 gestores. Em São Paulo, recentemente outros 10 gestores foram descomissionados. O banco alega que o motivo é baixo desempenho dos trabalhadores, mas a maioria dos afetados apresenta bons resultados no Radar, ferramenta que foi anunciada pelo BB como uma forma de estabelecer critérios objetivos para o descomissionamento. 

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"São funcionários com bom desempenho que foram descomissionados arbitrariamente. Segundo relato de um gestor, apenas a expectativa de que a agência não alcance o resultado estabelecido já gera a possibilidade de descomissionamento, deletando assim todo um histórico de eficiência e dedicação ao banco. Uma atitude desumana, que não respeita o próprio Código de Ética da instituição. O BB sempre alegou que o Radar traz critérios objetivos para o descomissionamento. E, agora, simplesmente ignora os resultados mensurados pelo programa, invalidando a ferramenta e criando um clima de terror e desrespeito”, critica a diretora do Sindicato e bancária do BB Silvia Muto.

A dirigente destaca ainda que parte dos descomissionados havia entrado com ações na Justiça contra o BB. “De forma alguma vamos aceitar que o descomissionamento seja utilizado como ferramenta de punição e perseguição, especialmente em relação aos trabalhadores que recorrem à Justiça para ter seus direitos constitucionais e trabalhistas respeitados.”

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Desmonte do Estado – Para a dirigente, o descomissionamento arbitrário indica que o banco ainda passa por uma reestruturação, que por sua vez faz parte de um processo maior, o desmonte do Estado brasileiro pelo governo Temer.

“Estes descomissionamentos impactam diretamente na estrutura das agências, onde o banco consegue seus resultados. Um banco sem agências é um banco inoperante. Ficam prejudicados clientes, com o atendimento precarizado, bancários, cada vez mais sobrecarregados, e o próprio resultado da instituição. É a velha e conhecida tática, de volta à moda no governo Temer, de precarizar para privatizar”, diz Silvia.

“Este processo não afeta apenas o BB. Está em curso também nos outros bancos públicos e demais estatais brasileiras. Mais de 30 mil servidores já perderam cargos. Isso é fruto da política neoliberal e entreguista do governo Temer. É o tal do Estado mínimo para quem mais precisa e Estado máximo para perdoar dívidas de banqueiros, rentistas e grandes sonegadores”, acrescenta.

Censura – Além de descomissionar arbitrariamente seus funcionários, o presidente do Banco do Brasil, Paulo Caffarelli, censura críticas a sua gestão em ferramentas internas de comunicação. “O próprio Caffarelli criou um canal chamado `Fale com o presidente´. Porém, assim como a sua gestão, a ferramenta não é nem um pouco democrática. Foi só um gestor criticar os descomissionamentos arbitrários, que a sua mensagem foi apagada”, relata a dirigente do Sindicato.

Cobrança – O Sindicato cobra que o BB apresente critérios claros e objetivos para descomissionamentos. “Descomissionamento não é ferramenta de punição e perseguição. Nem mesmo pode ser aceito como uma forma burra de redução de custos. Cobramos que a direção do BB apresente critérios claros e objetivos ao descomissionar trabalhadores”, conclui Silvia.

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