O Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região reuniu-se mais uma vez com a JBCred, nessa quinta-feira 8, para cobrar o pagamento da PLR aos funcionários. Mas essa nova tentativa de solucionar o problema pela via negocial foi frustrada pela empresa, que insiste em descumprir a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) dos financiários e desrespeitar um direito da categoria previsto no acordo, sem apresentar qualquer outra alternativa.
Logo ao chegarem à reunião, em um dos auditórios do Sindicato, os dirigentes sindicais foram surpreendidos pela quantidade de gente. Era para ser uma reunião apenas com os representantes da empresa na negociação, mas havia ali cerca de 20 funcionários, que provavelmente foram convocados por seus gestores.
A impressão foi de que a empresa tentou fazer pressão com a presença dos trabalhadores, ou pelo menos uma cena teatral diante deles, mas para o Sindicato houve mais uma exposição desnecessária. Devem ter apostado que o Sindicato faria uma consulta aos trabalhadores sobre se acreditavam ou não no que a direção da empresa estava alegando para não pagar o devido, mesmo com o lucro no primeiro semestre do ano.
A situação toda era um prenúncio da posição da empresa, que desta vez assumiu a intenção de não pagar a PLR aos trabalhadores, num total descaso com o que prevê a Convenção da categoria.
Uma das representantes da financeira disse que a decisão do dono da JBCred é a de não pagar a antecipação da PLR-CCT e de aguardar o término do exercício para avaliar a distribuição de pagamentos, se houver, pelo programa próprio firmado com a comissão de empregados, sem qualquer participação do Sindicato, entidade que legalmente representa a categoria.
A antecipação da PLR-CCT deveria ser creditada aos funcionários até 20 de setembro, e desde então o Sindicato cobra da empresa que cumpra o acordo firmado pela Fenacrefi (Federação Interestadual das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento), sindicato patronal que representa as financeiras, entre elas a JBCred.
Nas reuniões anteriores, a financeira já tinha anunciado a intenção de pagar, no lugar da PLR, o programa próprio de resultados (PPR) ajustado com uma comissão de funcionários, mas cujas regras são desconhecidas pela maioria dos empregados.
“Tínhamos pelo menos a expectativa de que a JBCred iria apresentar alguma alternativa para o pagamento, mas não vieram com nada e nem sequer mostraram qualquer disposição para cumprir o devido. Foi realmente frustrante”, resume o diretor do Sindicato, Jair Alves. “Deixamos claro mais uma vez para a financeira as implicações legais dessa atitude de desrespeito ao acordo firmado por seu sindicato patronal e pelo Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região, entidade que representa legitimamente a categoria. Mesmo assim, a JBCred insiste nessa atitude antissindical. Diante disso, vamos estudar as medidas que adotaremos, inclusive as jurídicas”, acrescenta o dirigente.