A criminalização dos movimentos sociais é uma forma de intimidar os trabalhadores e as ameaças tem como objetivo evitar a participação na luta política.
Recentemente, os dois trabalhadores presos na Alesp durante protesto contra a privatização da Sabesp foram soltos após seis dias. Em entrevista, os trabalhadores classificaram a atitude como mais um episódio de “autoritarismo” e “ilegalidade”, com o objetivo de garantir os interesses de uma minoria capitaneada pelo governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas.
O advogado, que representa o grupo preso, denunciou uma série de “arbitrariedades” que ocorreram durante a prisão dos manifestantes. Relatou, por exemplo, que os trabalhadores não foram informados sobre os motivos da prisão e foram agredidos. A polícia indiciou o grupo por lesão corporal, dano, associação criminosa, resistência e desobediência. Eles estão em liberdade provisória.
Importante lembrar que, no último dia 06, data da manifestação na Alesp contra a privatização da Sabesp, há diversos relatos denunciando a violência da polícia. A deputada estadual Beth Sahão gravou vídeo na época, declarando que os policiais jogaram gás de pimenta durante a audiência, com as portas trancadas:
"Deputados, deputadas que estavam ali, no seu livre exercício democrático de expressar suas opiniões e suas respectivas votações. Servidores que nos dão toda assessoria, todo suporte, todo mundo ficou absolutamente prejudicado. Gente idosa, mulheres grávidas que estavam ali. Isso jamais poderia acontecer. A polícia não pode, no interior do parlamento, do principal parlamento da América Latina que é a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, jogar bomba de gás lacrimogêneo em deputados que estão ali fazendo seu exercício democrático, cumprindo seu trabalho, sua função. Isso é inadmissível e os responsáveis têm que ser, sim, punidos. E nós vamos exigir que isso aconteça".
A violência do governador segue desde o início do seu mandato, com a falta de diálogo com que ele vem tratando os trabalhadores, em meio a ameaças, silenciamentos e agressões.
Estamos atentos a uma escalada de violência contra as organizações. Não só aos movimentos sociais, mas aos partidos e mandatos. Não é aceitável essa violência em país democrático, que valoriza o diálogo social e respeita as instituições.