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CAT garante reintegração de vítima de assalto

Linha fina
Sindicato dos bancários de Pernambuco emitiu o documento, fundamental para que a trabalhadora retomasse vaga
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São Paulo - O sindicato de Pernambuco reintegrou nesta segunda-feira 27 mais uma bancária do Itaú. Ela foi demitida em abril do ano passado, logo após ter sido vítima de assalto, que a deixou com depressão e síndrome do pânico, devidamente diagnosticadas. Salvou-a a emissão da CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho), feita pela representação dos trabalhadores logo após o acontecido.

Dia 1º de abril, sete homens armados invadiram a Agência Madalena, conhecida por sua vulnerabilidade. Um deles manteve a arma apontada para a cabeça de Elissandra Clementino Araújo da Silva, assistente Comercial, enquanto outros mantinham imobilizados os vigilantes e acompanhavam a gerente até o cofre. Foi o segundo acidente do tipo em seus três anos de banco; o outro ocorreu na Agência Espinheiro.

Orientada pelo Sindicato, Elissandra compareceu à sede da entidade para emitir a CAT, cinco dias após o acidente. “Da vez anterior, era novata, e acabei cedendo ao terrorismo do banco para não fazer a CAT. Desta vez foi diferente. Ainda bem, pois dez dias depois fui demitida, sem qualquer justificativa. Na véspera, havia comunicado à gerente que teria médico no dia 15”, conta a bancária.

Depois do assalto, Elissandra passou a ter dificuldades para dormir, sentia-se deprimida e chorava mesmo sem motivo aparente. O médico diagnosticou depressão e síndrome do pânico, definidos em laudo, e receitou antidepressivos.

“O Sindicato me orientou a não assinar a homologação, procurar o INSS e entrar com ação judicial pedindo a reintegração”. A ação está sob a responsabilidade de Márcia Cavalcanti, do escritório GFG Advogados Associados, do rol da Assessoria Jurídica do Sindicato.

A bancária ficou seis meses em benefício, teve seu plano de saúde cortado a partir do terceiro mês, e teve que bancar sozinha o custo das consultas médicas (R$ 300 cada, reajustado para R$ 350, a partir deste ano). Assim, mesmo com “certo temor” de retornar a agência onde tudo aconteceu, foi com alívio que recebeu a notícia da reintegração.

“A gente acaba revivendo todo o horror, por isso preferia não ter que ficar na agência, que é muito insegura. Mas, fui bem recebida pela gerente, que encaminhou e-mail para São Paulo para reativar meu acesso. Vamos ver como vai ser o desenrolar”, diz Elissandra, que nesta segunda já trabalhou. De acordo com ela, é comum a presença de suspeitos rondando a agência.

O Sindicato conhece a vulnerabilidade da Agência Madalena, e vai levar o problema ao Grupo de Acompanhamento do Projeto-Piloto de Segurança Bancária, que está implantado no Recife e Região Metropolitana.

“É uma agência praticamente isolada, sem outras unidades bancárias por perto. Apesar de ter o número exigido de vigilantes (dois) e portas de segurança, é alvo fácil de bandidos. Só agora, recentemente, foi aberta uma agência da Caixa em uma rua próxima, o que só fez duplicar o problema”, observa João Marcelo Lopes, diretor do Sindicato, que juntamente com outros dois diretores, Luiz Henrique e Veruska Ramos, acompanharam a reintegração de Elissandra.

O assalto que vitimou Elissandra ajudou a colocar o Itaú como alvo preferencial das investidas de bandidos dentre os bancos privados no Grande Recife, ano passado: cinco ocorrências das dezessete registradas na RMR – foram trinta em todo o estado. O Banco do Brasil é líder absoluto, com seis assaltos na área metropolitana e quatorze no estado, quase a metade do total.

Para João Marcelo, nunca é demais reforçar: “Não dê ouvidos ao terrorismo de gestores do banco, qualquer um. Passou por assalto, comunique ao Sindicato para providenciar a emissão da CAT. É obrigação da empresa, mas se o banco não o fizer, nós fazemos. A CAT é a garantia do bancário e da bancária, caso venha a ter repercussão na saúde, em qualquer época”, explica.


Sulamita Esteliam, do Seec PE - 30/1/2014
 

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