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Diferença entre gêneros cresce com escolaridade

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Desigualdade na remuneração de homens e mulheres bancários aumenta quanto maior a formação
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São Paulo – A diferença entre a remuneração média de homens e mulheres na categoria bancária cresceu de 2007 a 2012 entre os níveis de escolaridade mais altos, segundo dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Em 2007, a desigualdade salarial entre homens e mulheres mais qualificados, apesar de muito expressiva, era menor.

Bancárias com mestrado ganhavam 28,5% a menos que seus colegas homens de mesma formação. Em 2012, o hiato aumentou: funcionárias com mestrado passaram a ganhar 32,8% menos que colegas do sexo masculino com o mesmo grau.

De modo semelhante, bancárias com doutorado tinham salários 50% menores que os dos homens, em 2007. Já em 2012, passaram a receber 56,5% menos que os bancários de mesmo nível.

No total da categoria, enquanto a remuneração média masculina é de R$ 5.921,62, a feminina é de R$ 4.502,43, isto é, 24% menor em todos os graus de escolaridade, em 2012.

O Sindicato luta por igualdade de oportunidades para todos, sem discriminação por sexo, raça, orientação sexual ou contra pessoas com deficiência.

Mercado de trabalho – Os dados confirmam a tendência do mercado de trabalho formal, medida pela RAIS, que mostra que as brasileiras empregadas com mestrado ganharam em média 33% menos que os homens com mesma formação, em 2012. Em 2007, a diferença era menor: de 25%.

No nível de doutorado, a diferença passou de 17,4% para 21,4%, nesse período.

Houve apenas pequeno recuo para as trabalhadoras formais com superior completo, que antes recebiam 44% menos e passaram a ter a remuneração 40% menor que a dos homens, desigualdade ainda assombrosa.

Mais qualificadas – Além do aspecto “cultural” que discrimina a mulher e a relega a cargos inferiores em todos os países, de acordo com pesquisadora da Universidade do Rio de Janeiro (UFRJ), Lena Lavinas, a geração de emprego formal mais concentrada em vagas de nível médio e menos nas faixas de ensino superior foi um fator adicional que prejudicou a remuneração feminina. “Nós criamos 18 milhões de postos de trabalho desde 2003, porém 90% disso foi na faixa de até três salários mínimos. Não estamos criando oportunidades para pessoal mais qualificado. Quando há menos vagas de maior remuneração e mais competidores, quem é desfavorecida é a mulher", afirmou Lena ao jornal Valor Econômico de 6 de janeiro.

Há mais mulheres que homens com mestrado em empregos formais: 114,9 mil mulheres e 90,6 mil homens, em 2012, segundo o Ministério do Trabalho.


Mariana de Castro Alves – 6/1/2014

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