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Chapéu
Violência

Alto número de mortes de trans retrata falta de políticas públicas no Brasil

Linha fina
Para integrante do coletivo de gênero do Sindicato, luta precisa ser diária já que direitos adquiridos durante governos progressistas foram eliminados
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Foto: Ivo Gonçalves/ PMPA/ Fotos Públicas

São Paulo – Uma pesquisa do IBGE mostrou que o Brasil ainda lidera o ranking mundial de assassinatos de homens e mulheres trans. Somente em 2017 foram registrados 179 homicídios. Uma pessoa trans foi morta a cada 48 horas, em média, e a expectativa de vida dessa população é de apenas 35 anos, ou seja, menos da metade da verificada no conjunto da população brasileira, que é de 75 anos.

Esses dados foram divulgados no Brasil para lembrar o Dia Nacional da Visibilidade Trans, instituído em 29 de janeiro de 2004 parar marcar a luta por inclusão e pelo acesso a direitos de cidadania. Embora essa data seja lembrada há anos, os números mostram também que os preconceitos na vida escolar, no mercado de trabalho e a vulnerabilidade social ainda são muito presentes no país.

Estudos apontam também que 87% da comunidade escolar (alunos, pais, professores e funcionários) têm algum grau de preconceito contra a população LGBT em geral, sendo que travestis e transexuais são as pessoas mais afetadas pelo preconceito nas instituições de ensino.

A rejeição das famílias geralmente é recorrente. O que contribui também para que cerca de 90% das pessoas trans recorram à prostituição como fonte de renda em algum momento de suas vidas, ampliando a exposição às diversas formas de violência.

Segundo o integrante do coletivo de gênero do Sindicato e dirigente sindical, Anderson Pirota, é preciso usar não só o 29 de janeiro para dar visibilidade ao tema e um basta nesses números. “Qualquer cidadão tem direito ao estudo, ao trabalho e a uma vida digna, segundo a Constituição. Além disso, a OIT [Organização Internacional do Trabalho] defende o direito ao trabalho decente com adequada remuneração, condições de liberdade, equidade e segurança. Nós, do Sindicato, lutamos para que isso prevaleça.”

O dirigente sindical lembra que, desde 2009, na mesa temática de igualdade de oportunidades, os bancários conquistaram o nome social nos crachás. Além, disso, a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria prevê para casais homoafetivos em união estável os mesmos direitos previdenciários dos casais heterossexuais.

Mas que é preciso avançar em políticas públicas para que outros possam ter acesso a esses direitos. “Os avanços aconteceram nos governos progressistas de Lula e Dilma com a criação de uma Secretaria que atendesse às demandas da comunidade LGBTI. Já no governo Temer, todas as conquistas foram cortadas e os direitos foram os primeiros a serem extintos”, critica.

 

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