Pular para o conteúdo principal
Chapéu
Não à Privatização!

Assembleia dos metroviários decide na noite desta quarta sobre paralisação de 24 horas

Linha fina
Mobilização é um protesto contra a entrega das Linhas 5-Lilás e 17-Ouro do Metrô à iniciativa privada; leilão está marcado sexta-feira 19
Imagem Destaque
Foto: Paulo Pinto/Fotos Públicas

São Paulo – Os metroviários de São Paulo realizam na noite da quarta-feira 17, a partir das 18h30, assembleia na sede do sindicato da categoria, na zona leste, e podem aprovar paralisação de 24 horas nesta quinta-feira 18. A greve é um protesto contra a privatização das Linhas 5-Lilás e 17-Ouro do Metrô, cujo leilão está marcado para sexta-feira 19, na B3 (Bolsa de Valores). A categoria, que aprovara um indicativo de greve no dia 8, também é contrária à terceirização das bilheterias e ao aumento das tarifas do transporte público para R$ 4, em vigor na cidade desde o dia 7.

Além da paralisação, no dia do leilão os trabalhadores marcaram uma manifestação em frente à B3 (Rua Quinze de Novembro, Centro) prevista para começar às 14h. Segundo o Sindicato dos Metroviários de São Paulo, o leilão que entregará os dois ramais à iniciativa privada tem “cartas marcadas”. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) quer ceder a operação comercial das linhas, a princípio, por 20 anos.

Em entrevista à Rádio Eldorado, o secretário estadual dos Transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni, afirmou que será organizado um esquema de contingência para amenizar os efeitos de uma possível paralisação. Ele contestou a afirmação do Sindicato dos Metroviários de que a licitação é direcionada e irá favorecer a CCR. "A gente não pode deixar que uma empresa que nunca operou um sistema de trem venha a operar, porque corremos um risco sério. Ao assumir duas concessões, a empresa vai transportar 1 milhão de passageiros por dia. Acreditamos que vai ter concorrência", afirmou.

"Não duvidamos que tenha concorrência. O que duvidamos é que a concorrência tenha efeito", reagiu o coordenador do Sindicato dos Metroviários, Wagner Fajardo. "Todos os indícios técnicos são nesse sentido", acrescentou, apontando consequências do processo de privatização. "A principal delas a gente já está vendo, que é o aumento da tarifa", afirma.

Fajardo lembra que a CCR já recebe do governo paulista, na Linha 4, um valor superior ao da passagem. "Esse modelo vai ter de ser ajustado ao longo do tempo. Alguém vai pagar por isso. Provavelmente será o usuário."

Além disso, Fajardo afirma que comprovadamente o nível de falhas na Linha 4 é maior que o das administradas pela Companhia do Metropolitano (Metrô). Há outros problemas, como reclamações de portadores de deficiência sobre dificuldade de acesso às estações e menor número de funcionários para atendimento.

Na terça-feira 16, o Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2) atendeu parcialmente a um pedido do Metrô e concedeu liminar fixando contingentes mínimos de funcionamento em caso de greve.

 

seja socio