O Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região esteve reunido em mesa de negociação, nesta sexta-feira 12, com representantes do banco Daycoval. Foram debatidas questões como PPR; mudanças no plano de saúde dos trabalhadores; e reivindicações da área de TI (tecnologia da informação).
PPR
Na negociação foi resgatado o fato de que o Sindicato identificou diferenças devidas aos funcionários do Daycoval, a título de PPR, na casa dos R$ 5 milhões, referentes ao exercício de 2022. Somente após a cobrança do Sindicato junto ao banco, estas diferenças foram pagas aos bancários, ativos e desligados, em dezembro de 2023.
“A atuação do Sindicato foi decisiva para que os trabalhadores do Daycoval recebessem essa diferença expressiva, que não tinha sido creditada a eles pelo banco”, avalia a secretária-geral do Sindicato, Lucimara Malaquias.
Também foi debatida na negociação a renovação do acordo de PPR, para o exercício de 2023.
“Lembramos ao Daycoval que é muito ruim negociar um acordo de PPR fora do ano contábil. Cobramos celeridade nas informações e tratativas, de forma que não se repita a mesma situação em 2024, que inclusive é passível de autuação por parte da Receita Federal”, enfatiza Lucimara.
Plano de saúde
O Sindicato contestou o fato de que na pesquisa feita com os funcionários do Daycoval sobre as mudanças no plano de saúde, que foi mal elaborada, não ter sido apresentada a opção pela manutenção do plano anterior, como parte dos trabalhadores gostaria.
O banco informou que ainda está em tratativas com a Bradesco Saúde sobre melhorias no plano.
“Cobramos que o banco envie ao Sindicato todas as alterações que envolverão a coparticipação, teto do desconto sobre a remuneração, faixas salariais, e quais são as medidas que estão sendo tomadas para que os trabalhadores do Daycoval tenham direito a um plano de saúde eficaz, equilibrado e que a sua utilização não signifique onerar o salário, afinal saúde é uma prioridade”, diz a secretária-geral do Sindicato.
Reivindicações da área de TI
- Assédio Moral
O Sindicato cobrou veementemente a apuração e o combate efetivo do assédio moral no Daycoval. O banco está sendo alvo de constantes denúncias nesse sentido por parte dos trabalhadores, especialmente relacionadas com a área de TI.
Os representantes do Daycoval informaram que as lideranças do Daycoval passaram por capacitação sobre o tema, e que agora esta capacitação está sendo ampliada para todos os funcionários.
“Em relação à gestão da área de TI, cobramos novamente uma mudança de postura. O local de trabalho não pode ser um espaço de humilhação e desrespeito. O Sindicato conta com a parceria dos trabalhadores do Daycoval para que possamos acompanhar a efetividade desta capacitação no combate ao assédio moral do banco. Pedimos aos trabalhadores que nos informem se perceberam uma mudança de postura das lideranças, uma vez que já passaram pela capacitação; e também se foram efetivamente convidados para a capacitação funcionários e se o conteúdo da mesma foi adequado e respeitoso”, orienta o diretor do Sindicato Marcelo Gonçalves.
Além do Canal de Denúncias, que recentemente foi aperfeiçoado, o bancário pode entrar em contato com o Sindicato pelo telefone (11 3188-5200), chat, e-mail e WhatsApp.
- Turnover
Sobre a questão da rotatividade na área de TI, o chamado turnover, analisando o balanço de 2023, de fato fica evidente o aumento no número de postos de trabalho no Daycoval, algo extremamente positivo.
“O Sindicato manterá a luta na defesa de mais contratações, na defesa do emprego, e que estas contratações resultem na distribuição do trabalho interno de forma mais equilibrada, evitando excessos de horas extras e sobreavisos, uma reclamação constante dos trabalhadores”, afirma Marcelo Gonçalves.
- Horas extras e sobreaviso
O Sindicato reforçou a reivindicação de redução das horas extras e o fim do excesso de sobreaviso na área de TI, solicitando ainda informações sobre a quantidade de horas extras realizadas e o tempo que os trabalhadores ficam em sobreaviso.
A entidade cobrou ainda que o banco negocie com o Sindicato um acordo aditivo de teletrabalho, visando estabelecer uma jornada adequada, previsível e saudável.
- Flex Office (home office)
Na negociação, o Sindicato questionou o banco sobre o fato de que os funcionários se queixam de que, no momento da contratação, ter sido prometido a eles o home office. Por sua vez, o banco afirmou que essa promessa não foi feita.
Os representantes dos trabalhadores contra argumentaram, reforçando que a informação foi passada pelos trabalhadores, que tinham essa expectativa ao serem contratados.
“No mínimo, existe uma falha de comunicação entre o banco e os funcionários. De qualquer modo, a negociação de um acordo de teletrabalho, com a participação do Sindicato, buscando uma jornada adequada e previsível, como reivindicamos, evitará qualquer ruído na comunicação ou conflito nesse sentido”, destaca Lucimara Malaquias.
Outras reivindicações
Por fim, os representantes dos trabalhadores cobraram do Daycoval que as homologações sejam realizadas no Sindicato; que seja instalada a Comissão de Conciliação Voluntária (CCV); e a garantia de livre acesso dos dirigentes sindicais aos locais de trabalho.