São Paulo – Três assaltantes fizeram pelo menos nove reféns em agência da Praça Nippon, na zona norte da capital. Na manhã da quinta 13, homens sem máscaras entraram armados no banco e mantiveram nove trabalhadores em um pequeno quarto no fundo da unidade. O gerente-geral foi mantido sob ameaça de arma de fogo.
O assalto aconteceu às 9h15, aproximadamente, e durou cerca de uma hora.
De acordo com relatos, os bandidos foram violentos. O que mais assustou os bancários foi o conhecimento que expressaram. Segundo os trabalhadores, os ladrões mostraram foto da família do gerente, disseram saber a cor e a placa de carros de funcionários e falaram que conhecem o local da residência dos seguranças. Além disso, sabiam a senha para abrir a unidade.
Uma psicóloga foi enviada para conversar com os empregados e o caso foi levado ao Departamento Estadual de Investigações Criminais, Deic.
Direito – A agência sofreu outros assaltos nos dias 17 de setembro e 27 de dezembro do não passado. Como os incidentes são recorrentes, os bancários da unidade convivem com o medo.
Representantes do Sindicato estiveram na unidade e solicitaram ao Santander a expedição da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) para todos os bancários.
A CAT é um documento que permite associar futuros traumas ao “acidente”, ou seja, ao assalto, para que, com fins previdenciários, possam ser estabelecidos nexos entre doenças psicológicas que podem ser desenvolvidas e a exposição ao risco.
“O banco é obrigado a emitir a CAT”, explica a diretora do Sindicato Maria Rosani, ao se referir ao artigo 169 da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT).
“Vamos cobrar a responsabilidade do banco, reivindicar a abertura da CAT para todos os funcionários e exigir mais segurança”, afirma a dirigente.
Defenda-se – Em caso de assalto, se a instituição financeira se recusar a emitir a CAT, o bancário deve procurar o Sindicato.
“O funcionário deve pedir o boletim de ocorrência (BO) ao banco, mesmo que não contenha seu nome. Além disso, tem o direito de se retirar do local de trabalho após o incidente para passar por avaliação médica”, orienta a diretora responsável pela secretaria de saúde do Sindicato, Marta Soares.
“É importante o trabalhador se municiar do BO e do relatório médico para fazer valer seus direitos”, explica a dirigente Marta.
Caso o banco não emita a CAT, procure o Sindicato.
Mariana de Castro Alves – 14/2/2014
Linha fina
Foi o terceiro roubo em cinco meses em unidade da zona norte. Assaltantes aterrorizaram funcionários por mais de uma hora
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