São Paulo – Liminar para afastar do trabalho um diretor de uma faculdade que praticava assédio moral contra seus funcionários foi concedida pela 2ª Vara do Trabalho de Sorocaba, com o objetivo de preservar a “saúde física, psíquica e mental dos empregados”.
A juíza Deborah Beatriz Ortolan Inocêncio Nagy determinou o afastamento do cargo do diretor e multa, caso a sentença não seja cumprida. Ainda cabe recurso.
Uma das vítimas teria testemunhado “vários colegas saindo da sala do diretor chorando” e ela própria “teria chorado das 19h às 22h do mesmo dia, estando tão traumatizada que não teria conseguido ir embora para casa”. Na petição, outros relatam que o agressor chamava os funcionários de “incompetentes”, “lesmas”, “incapacitados”, “burros”, “vagabundos”, “de braço curto” e até de “meliantes”.
O procurador que realizou as oitivas com as testemunhas, Gustavo Rizzo Ricardo, afirmou que as vítimas passaram a apresentar distúrbios psíquicos. De acordo com ele, processos como esses têm o objetivo de coibir práticas de assédio moral. “É um absurdo que isso aconteça principalmente em um ambiente de educação, que pressupõe cordialidade.”
De acordo com o jornal Valor Econômico, de 28 de janeiro de 2014, caso semelhante ocorreu em 2013, quando o Ministério Público do Trabalho em Palmas, no Tocantins, conseguiu liminar para afastar o gerente-geral da assessoria jurídica regional do Banco do Brasil, mas o processo foi extinto sem julgamento do mérito.
A faculdade informou em nota que solicitou o afastamento do diretor. Pesquisadora da Fundação Getúlio Vargas (FGV) do Rio de Janeiro, Adriana Calvo, declarou ao jornal Valor que “as empresas precisam ter posturas mais firmes como essa para que levem mais a sério a questão do assédio moral”.
Da redação, com informações do Valor – 4/2/2014
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Funcionários teriam apresentado distúrbios psíquicos após sofrerem agressões e humilhações contínuas
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