A proposta preliminar a respeito da reforma da Previdência do governo Bolsonaro, vazada à imprensa, tem entre seus pontos a desvinculação do benefício de prestação continuada (BPC) do salário mínimo. Pago a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda, o rebaixamento do benefício poderá prejudicar as condições de vida dessa parcela da população, como alertam especialistas em reportagem do Seu Jornal, da TVT.
Fundamental para manter a política de redistribuição de renda aos mais pobres e garantir provimento aos segurados que comprovem não terem renda, os beneficiários conseguem receber, hoje, um salário mínimo (R$ 998), mas, com o avanço da proposta, esse valor já não será o mesmo.
A preocupação é em torno de qual será a base usada pelo governo para fazer os reajustes. "Cria-se a perspectiva da extinção do benefício", explica o secretário de Administração e Finanças da CUT, Quintino Severo, à repórter Michelle Gomes.
Para os idosos, especialistas alertam haver uma "armadilha", já que o governo propõe o acesso ao benefício a partir dos 55 anos, mas pago de forma progressiva, no valor de R$ 500, sendo o teto, alcançado apenas para idosos com 70 anos ou mais, no valor de R$ 900, abaixo do valor do salário mínimo pago hoje a quem tem mais de 65 anos. O BPC seria concedido somente a idosos que tenham contribuído na Previdência por mais de 10 anos.
"É uma maneira de enganar a população, é um joguinho de faz de conta", alerta o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna.
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