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Caixa: empregados reagem à ameaça com luta

Linha fina
Direção do banco se recusou a negociar na quarta-feira 12, e tenta impor os termos da reestruturação com proposta ameaçadora; veja as propostas do movimento sindical e do banco
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Foto: Seeb-SP

Em Dia Nacional de Luta, empregados da Caixa protestaram contra a reestruturação que ameaça carreiras por meio de descomissionamentos sumários e de transferência arbitrária de empregados, sem oferecer garantias para os bancários, inclusive aos que estão de licença-maternidade e saúde. Além disso, ataca a função pública e social do banco, bem como o enfraquece perante a concorrência dos bancos privados.

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“Nós estivemos em superintendências, e nas agências, onde os empregados vestiram preto em protesto contra a reestruturação e a negativa da Caixa em aceitar negociar”,  afirma Dionísio Reis, coordenador da Comissão Executiva dos Empregados da caixa (CEE/Caixa).

Após quase 12 horas de reunião com a Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa), na quarta-feira 12, a direção do banco não respondeu aos questionamentos dos empregados e não aceitou interromper a reestruturação, que só foi barrada por conta de uma liminar obtida pela Contraf-CUT.

Além disso, a direção do banco se limitou a apresentar uma ameaça velada em forma de proposta.

“Na quarta-feira nós não pudemos ter um processo negocial porque a Caixa não apresentou as informações necessárias”, afirma Dionísio Reis, coordenador da Comissão Executiva dos Empregados da caixa (CEE/Caixa).

”Ficamos aguardando uma proposta séria, mas o que chegou para nós foi uma ameaça implícita segundo a qual o banco irá garantir 80% dos empregados que ocupam funções gratificadas. Isso confirma o tom de ameaça, porque e se não for aceita? Significa que as funções dos empregados não estarão garantidas? Não aceitamos ameaça e as propostas devem ser apreciadas pelas bases”, acrescenta o dirigente.

Comissão Executiva dos Emprgeados durante reunião com representantes da Caixa

“Além disso, confirma o clima de terror que caracteriza esta reestruturação, porque o banco está promovendo as mudanças sem compartilhar informações essenciais, como por exemplo, quantos empregados vão ter de sair das concentrações e ir para agências. Além disso, somente em São Paulo o processo vai fechar nove Superintendências Regionais, indicando que a direção do banco está fragilizando a concorrência com os bancos privados justamente onde ela é maior”, acrescenta o dirigente.

A reestruturação também está sendo promovida a toque de caixa. A direção do banco havia determinado apenas três dias de prazo para os bancários manifestarem interesse de concorrer a outras funções, o que impediria aqueles que estão em licença-maternidade, licença-saúde ou de férias de se informarem e decidirem sobre o futuro das suas carreiras e de suas vidas.

Diante daquilo que a direção da Caixa apresentou, os representantes dos empregados apresentaram uma contraproposta construída com a participação dos trabalhadores.

Essa contraproposta prevê a flexibilização de cursos, como CPA 10 e 20, para que os empregados possam se adequar a fim de manter a função, além da garantia de que os empregados não mudem de município, mantenha as funções e lotações dos empregados em férias, licença-maternidade, doença e acidente de trabalho, e o acompanhamento médico, principalmente psicológico e psiquiátrico, aos empregados reestruturados.

Entretanto, a direção do banco não aceitou negociar e encerrou a reunião.

Após a atitude intransigente da direção do banco, empregados de todo o pais se mobilizaram nesta quinta-feira 13.

A coordenação das CEE reafirma que representa todos os empregados, sem qualquer discriminação. “A Caixa tenta dividir os trabalhadores por cargos. Mas eles esquecem que na CEE estão representados a Contraf-CUT, as federações e os sindicatos e, através deles, a totalidade dos empregados da Caixa. Temos responsabilidade na defesa da Caixa 100% pública e dos direitos. Enfrentaremos processo de negociação e esperamos garantir a assinatura de um Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) ainda neste ano de 2020. Para isso, precisaremos de muita união e luta. Contamos com 100% dos trabalhadores”.

“É fundamental que a mobilização continue e aumente ainda mais para que a direção do banco aceite negociar as propostas construídas com a participação dos empregados”, afirma Dionísio Reis.

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