Pular para o conteúdo principal
Chapéu
Basta! não irão nos calar

Governo corta verba de pasta que combate violência doméstica

Linha fina
Tema não é prioridade no governo. Em 2019, gestão Bolsonaro zerou repasses e projetos como Casa da Mulher Brasileira está sendo desmontado aos poucos
Imagem Destaque
Foto: Freepik

Mesmo com o preocupante crescimento dos casos de violência contra a mulher, o governo federal, com a política de desmonte, não destinou verbas e zerou, em 2019, os repasses que poderiam ser usados para proteção às vítimas da violência de gênero no Brasil. O tema não se tornou prioridade para o governo nem mesmo quando o Ministério da Saúde confimou que uma mulher é agredida a cada quatro minutos no país.

O orçamento da Secretaria da Mulher, que hoje pertencente ao Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, foi reduzido de R$ 119 milhões para R$ 5,3 milhões entre 2015 e 2019. Levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo aponta que no mesmo período, os pagamentos para atendimento às mulheres em situação de violência recuaram de R$ 34,7 milhões para apenas R$ 194,7 mil.

Um dos mais importantes programas conhecido, a Casa da Mulher Brasileira, criada no governo Dilma com o objetivo de atender aquelas que sofrem com agressões físicas e psicológicas, ficou sem um único centavo no ano passado.

“A cada dia são mais e mais denúncias de mulheres que estão perdendo suas vidas com o feminicídio, e a violência contra as mulheres tem aumentado de forma drástica em todo o país. É inadmissível aceitar a redução do investimento das verbas públicas em programas tão importantes. Para que haja o combate a violência contra a mulher e o fim do feminicídio é preciso que haja mais investimento, e não corte”, critica a dirigente sindical Maria de Lourdes, a Malu, citando que a Lei Maria da Penha, o Ligue 180, a Lei contra o Feminicídio e a Casa da Mulher Brasileira foram políticas públicas criadas e fortemente defendidas pelos governos Lula e Dilma.

Esse último, Casa da Mulher Brasileira, inicialmente tinha como proposta de receber e apoiar mulheres alvos de violência causada por desconhecidos, companheiros ou familiares. Até agora, apenas cinco unidades estão funcionando no país.

Em São Paulo, a estrutura local iniciada pelo governo federal foi finalizada no final da gestão do Prefeito Fernando Haddad, em novembro de 2016, porém, só foi inaugurada em 2019, pela ministra Damares.

Em inauguração da Casa da Mulher em São Paulo com Damares, entrada de mulheres é barrada

“A sociedade civil deve exigir do governo federal, estadual e municipal a garantia de que haverá investimento público e repasse da verba pública para a eliminação de toda forma de violência contra as mulheres. Temos que nos mobilizar, ocupar as ruas e espaços públicos, denunciando e buscando soluções para que nenhuma mulher seja vítima deste total descaso”, comenta Malu.

Já para Adriana Magalhaes, bancária e representante da CUT no Conselho Municipal de Políticas para as Mulheres, o corte nos recursos para os programas ilustram a falta de prioridade do governo no combate a violência contra as mulheres.

“Isso já vem desde a formação e composição dos ministérios quando acabou com a política de paridade e de representação das mulheres nos cargos de poder e isso já demonstrava que no governo que as mulheres não teriam prioridades nas políticas afirmativas e nas ações de empoderamento”, diz Adriana.

Sindicato na contra mão

Ao contrário do que faz o governo, o Sindicato tem um programa de atendimento jurídico especializado em violência doméstica e de gênero e atuará em parceria com a Rede Municipal de Enfrentamento à Violência Doméstica, atendendo as demandas que não podem ser absorvidas pela Defensoria Pública.

Vítima de violência doméstica? Procure o Sindicato!

Para agendar o atendimento, a vítima de violência doméstica deve entrar em contato via  Central de Atendimento, que também atende pelo chat ou 4949- 5998, das 9h às 18h, de segunda a sexta. Os atendimentos serão realizados somente com agendamento prévio. O sigilo é garantido.

seja socio