Nesta segunda-feira 1, o Sindicato promoveu uma paralisação no edifício Brás, da Caixa, concentração bancária na qual, segundo denúncias, a direção do banco público está levando adiante um plano para aumentar o trabalho presencial, o que ignora o forte e preocupante avanço da pandemia de coronavírus em todo o país.
> Covid-19: direção da Caixa insiste em expor empregados ao risco
O Estado de São Paulo encerrou janeiro com uma média de um caso de Covid-19 a cada nove segundos. A média é maior do que o pico da primeira onda da pandemia, em agosto do ano passado, quando uma novo caso era confirmado a cada 11 segundos. Somente no Estado, em janeiro, foram confirmados 310.727 casos e 6.237 óbitos.
> No pico da pandemia, direção da Caixa expõe trabalhadores a riscos
“É inadmissível que, neste momento recorde de casos, que supera o pior mês de 2020, a direção da Caixa e gestores de áreas do banco convoquem trabalhadores para retorno ao trabalho presencial. É uma desumanidade com o empregado que tem condições de cumprir suas funções em teletrabalho, e o está fazendo até mesmo com produtividade superior, e será exposto ao risco de contaminação; e também com a população como um todo, uma vez que o retorno destes empregados ao trabalho presencial, ao transporte público, favorece a circulação do vírus. O teletrabalho, neste momento, é uma questão de saúde coletiva”, enfatiza o dirigente do Sindicato e empregado da Caixa, Danilo Perez.
“O Sindicato cobra que todos os empregados hoje em home office continuem neste modelo, sem convocações para retorno ao presencial. Não existe razão, que não reforçar o negacionismo do governo federal, para convocar empregados para retorno ao trabalho presencial, mesmo que não enquadrados no Grupos de Risco e Prevenção Ampliada Caixa”, acrescenta.
Atividade no Ed Brás em defesa dos bancos públicos , da Saúde e contra a gestão negligente que desmonta e mata #mexeucomacaixamexeucomobrasil@spbancarios @apcefsp pic.twitter.com/HRlPbzcgaB
— Dionísio Reis Siqueira (@DionsioReisSiq1) February 1, 2021
Respeitando as recomendações de distanciamento social, dirigentes do Sindicato distribuíram máscaras descartáveis para a população e promoveram uma exposição fotográfica com fotos das aglomerações que acorrem diariamente no entorno do Brás (veja no final da matéria). “O diálogo com a população é muito importante. Abordamos a urgência da vacinação para todos e a total negligência do governo Bolsonaro nesta questão”, relata Danilo.
Em defesa da Caixa 100% Pública
O protesto do Sindicato reforçou para a população que a negligência com que o governo Bolsonaro lida com a saúde dos brasileiros é a mesma com a qual ele lida com as condições de sobrevivência econômica do povo, promovendo o desmonte de bancos públicos como a Caixa, que foi responsável por pagar o auxílio-emergencial para milhões de brasileiros.
“Os bancos públicos são instrumentos essenciais para o país e a sua população, especialmente nos momentos de crise. A Caixa, além de ser o banco do Bolsa Família, do Minha Casa Minha Vida, do FGTS, do seguro-desemprego, dos recursos das loterias para obras de infraestrutura, foi a instituição responsável por socorrer milhões de brasileiros com o auxílio-emergencial. Porém, ao invés de fortalecer estes bancos e o seu papel social, o governo Bolsonaro vai na direção contrária. Na última quinta-feira, o presidente do banco, Pedro Guimarães, afirmou que terá foco total no fatiamento e venda de subsidiárias, uma privatização aos pedaços, um verdadeiro desmonte da Caixa 100% Pública e do seu papel social”, critica Danilo.
“As lutas em defesa da Caixa 100% Pública, dos direitos dos seus empregados e pelo papel do Estado em garantir o direito a saúde e renda da população são indissociáveis. Este foi o recado que passamos para a população durante o ato. Juntos somos mais fortes”, conclui o dirigente do Sindicato.