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Imagem da mulher na mídia é tema de debate

Linha fina
Movimentos sociais querem mais democracia e menos sensacionalismo nos meios de comunicação
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São Paulo – Qual é a imagem da mulher na mídia que a sociedade quer ver? Seja nas novelas, nas propagandas de TV, em reportagens de jornais ou revistas, a exploração da mulher ainda é muito criticada pelos movimentos sociais que lutam pela democratização da comunicação.

> Fotos: Veja as imagens do seminário
> Vídeo: matéria especial sobre o seminário
> Regulamentação da comunicação pública em debate

Para discutir o tema foi realizado na quarta-feira 21 o seminário A Imagem da Mulher na Mídia, realizado na Fetec-CUT/SP e com representantes do Sindicato, Observatório da Mulher, Intervozes, Central Única dos Trabalhadores (CUT) e também da Agência Patrícia Galvão. O debate fez parte da programação do mês da mulher da categoria bancária.

Para a secretária-geral do Sindicato, Raquel Kacelnikas, a principal batalha é para todos sejam respeitados nos meios de comunicação, homens e mulheres.

Violência contra a mulher – A jornalista Marisa Sanematsu (foto dir.), da Agência Patrícia Galvão, fez uma exposição de como a mídia nacional e regional abordam temas de violência contra a mulher. Segundo dados analisados pela pesquisadora de janeiro a dezembro de 2010, dos temas relacionados à mulher, 63,30% são matérias sobre violência.

Em sua maioria com tratamento sensacionalista, e, em casos de agressões, a maior parte das reportagens, 96%, não informava os canais de denúncias ou informações sobre onde procurar ajuda em casos de agressão.

Controle comparado – A psicóloga e integrante do Observatório da Mulher Rachel Moreno (foto esq.) criticou a liberdade de expressão comercial nas mídias, que usam a sedução e a sensualidade em troca de marketing de produtos. Para ela, esse é um tipo de violência simbólica contra a mulher que deve ser combatida. Segundo a pesquisadora, a melhor estratégia para essa mudança já é adotada em outros países por meio de orientação nas escolas e também de legislações específicas.

Para Rachel Moreno, o Brasil deveria cumprir de fato legislações, normas e tratados assinados, mas não o faz. Entre eles está o 3º Objetivo do Milênio, que prega a igualdade entre sexos e valorização da mulher. “A própria Constituição diz tudo o que queremos ver acontecer nos meios de comunicação, mas não acontece.” A psicóloga ainda ressalta que o controle social sugerido para a democracia, de imagem da mulher na mídia, não é censura como dizem alguns empresários da comunicação, e que a metodologia é comum em qualquer democracia avançada.


Gisele Coutinho – 22/3/2012

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