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Idosas lembram importância da luta por igualdade

Linha fina
Em evento da Abaesp, mulheres foram homenageadas pela presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, e pelo deputado estadual Luiz Cláudio Marcolino
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São Paulo – Emoção, determinação na trajetória de luta e esperança de um país mais justo marcaram a homenagem às mulheres idosas pelo Dia Internacional da Mulher (8 de março). O evento, promovido pela Abaesp (Associação dos Bancários Aposentados do Estado de São Paulo), foi nesta sexta-feira 7.

> Fotos: galeria da homenagem

A celebração lotou o auditório Paulo Kobayashi da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) e contou com a participação da presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, que homenageou Maria da Glória Abdo, presidenta da Abaesp. A bancária aposentada destacou que as idosas nem sempre são lembradas no 8 de março. “Somos elo de uma imensa corrente. Estamos aqui lutando por dias melhores, mas muitas vezes somos esquecidas.”

Juvandia alertou sobre a importância da reflexão por uma sociedade mais igualitária. “Temos de lutar pela qualidade de vida da pessoa idosa, pensar em saúde, lazer, preparar o país para isso. O Brasil precisa de políticas públicas voltadas aos idosos”, destacou a dirigente sindical.

Mais homenagens – Outras mulheres também foram homenageadas: Celina Vergamini, que com 93 anos era a mulher mais idosa no evento, Josefa Brito, que colaborou na criação do Estatuto da Pessoa Idosa, e Nobui Fujimori, que participou da fundação do Partido dos Trabalhadores, em 1980. Juvandia, primeira mulher a presidir o Sindicato, também recebeu flores do deputado estadual Luiz Cláudio Marcolino (PT), que lembrou a importância de o estado de São Paulo evoluir nas questões dos idosos.

“Faltam políticas públicas. Aqui [na Alesp], já aprovamos o Fundo Estadual da Pessoa Idosa, mas é necessário que esse recurso beneficie essas pessoas. Como está o Conselho da Pessoa Idosa? Ele é ativo? Ele não tem a função que deveria de pensar políticas públicas para os idosos do estado”, criticou Marcolino.

Novos desafios – Um encontro entre a juventude e os idosos do estado de São Paulo será promovido pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), com convidados do poder público, sábado 15, na sede do Sindicato. O anúncio do encontro, feito pela secretária de Comunicação da CUT, Adriana Magalhães, foi aplaudido pelo público na Alesp.

“Hoje, muitos jovens entram no mercado de trabalho e não pensam nas bandeiras de luta que irão interferir no seu futuro, como o fim do fator previdenciário”, ressaltou Adriana. Mais informações sobre o evento serão divulgadas em breve pela CUT.

Palestras – O evento na Alesp também foi útil para tirar dúvidas sobre benefícios e aposentadoria, com a advogada Lilian Gouveia Garcez Macedo, da Crivelli Advogados. Diante de perguntas e relatos de idosos sobre o tratamento desumano muitas vezes enfrentado no INSS durante perícias médicas, a advogada foi precisa: “A perícia do INSS é uma das piores do mundo”. E para mudar essa situação, Lilian sugeriu a continuidade da mobilização dos trabalhadores aposentados, entidades sindicais e sociais. “Todos aqui tem o poder de requerer isso [melhorias] aos parlamentares eleitos.”

Sobre reclamações de corte de benefícios feitas pelos convidados, a advogada também opinou: “O INSS corta muitos benefícios e alega que foi por conta do déficit previdenciário, o que não acredito que exista, já que a Previdência arrecada muito mais do que gasta”, concluiu.

Em seguida, foi a vez de os convidados ouvirem a assistente social especializada em gerontologia, Marília Viana Berzins. Com uma apresentação animada, ela ressaltou que “a velhice não é igual para todo mundo”, e, portanto, não pode ser vista como algo negativo. “Vocês não são problemas sociais, são resultados da evolução social, da evolução da medicina, da tecnologia”, destacou ao afirmar que chegar aos 60 anos e se tornar uma pessoa idosa é um triunfo. “A nova mulher brasileira trabalha fora. Em 2000, apenas 41,9% dos casais eram compostos por homem e mulher que trabalhava fora de casa. Hoje esse número representa 62,7%”, informou.

Sobre o preconceito com a mulher idosa, Marília destacou: “Avançamos muito, mas ainda falta. Precisamos ensinar nossos filhos que podemos fazer muitas coisas, inclusive, comandar o país”, disse arrancando aplausos ao ressaltar que a presidenta Dilma Roussef é idosa, pois tem 67 anos, e comanda a nação.

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Gisele Coutinho – 7/3/2014

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